O terremoto que abalou o Haiti arrasou uma nação predominantemente africana nas Américas, a qual serve de exemplo para todos os africanos que foram colonizados ou escravizados, pela fragilidade econômica e tecnológica de seus países. Presidente do Haiti vê destruição similar a dias de guerra
“Autoridades do Haiti, a nação mais pobre do Ocidente, dizem acreditar que o número de mortos possa chegar a 200 mil mortos, enquanto três quartos da capital precisarão ser reconstruídos. Préval, de 66 anos, que como muitos compatriotas pareceu atordoado com a enormidade da catástrofe, afirmou que não dormiu por dois dias após o terremoto. Ele prefere não dizer quantas pessoas podem ter morrido na tragédia. Questionado sobre quais itens são prioridade - se comida, água, comunicações ou polícia nas ruas -, ele disse: "Todos, meu amigo. Todos.”
O histórico de resistência às civilizações cristãs é um marco na história da população preta mundial. O Haiti representa o não a escravidão e a exploração e, por isso juntamente com o Zimbábue na África são “maus exemplos” a dominação econômica, cultural e racial cristã e branca ocidental. Por isso estão no patamar dos países mais pobres do planeta.
A mídia eurocêntrica em um momento tão grave e de solidariedade ainda ataca o Haiti, tire suas próprias conclusões assistindo Arnaldo Jabor falando sobre a situação . Lamentável!!!
Em 1988, estive na cidade Colón no Panamá em um encontro de Teologia e conheci três pessoas bem interessantes, uma jovem preta dominicana e dois haitianos, sendo um deles, católico e outro praticante de religião de matriz africana. A dominicana falava bem o português porque tinha passado um período em São Paulo e tentava me convencer que eu não era negro, eu era diferente dos haitianos, eles eram negros e nós, a dominicana, os negros de outros países e eu não éramos negros. A discriminação dos dominicanos contra os haitianos é um fato ainda não digerido por mim, como o colonizador conseguiu nos dividir de uma forma tão violenta, africanos seqüestrados.
O haitiano católico também discriminava o outro haitiano por dizer ser o mesmo de origem bantu e afirmar que os negros que praticavam o “vodu bantu” eram os mais ignorantes de todo o Haiti. O que muitos chamam de vodu ou vodu haitiano é uma versão de cerca de tradições religiosas do que é agora o Benin, Togo, Nigéria e Congo. Há uma elite formada de pessoas mais claras, os mestiços e brancos, demonstrando um muro racial dentro da comunidade haitiana. Inclusive a declaração do cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, gerou protestos de diversas organizações.
“O evangélico americano Pat Robertson, que anima um programa de TV, lançou uma polêmica nos Estados Unidos ao explicar que o terremoto que arrasou Porto Príncipe seria a consequência de um "pacto com o Diabo" selado pelos haitianos há dois séculos para se livrar dos franceses. "Eles se reuniram e selaram um pacto com o Diabo. Disseram a ele: 'serviremos a você se nos livrar dos franceses'. A história é verdadeira. E o Diabo respondeu: 'está certo'", relatou Pat Robertson, 80 anos, que foi candidato às primárias republicanas para a eleição presidencial de 1988. "Desde então, eles são vítimas de uma série de maldições", afirmou o evangélico, comparando a situação no Haiti com a do país vizinho, a República Dominicana, relativamente próspera.”
“Autoridades do Haiti, a nação mais pobre do Ocidente, dizem acreditar que o número de mortos possa chegar a 200 mil mortos, enquanto três quartos da capital precisarão ser reconstruídos. Préval, de 66 anos, que como muitos compatriotas pareceu atordoado com a enormidade da catástrofe, afirmou que não dormiu por dois dias após o terremoto. Ele prefere não dizer quantas pessoas podem ter morrido na tragédia. Questionado sobre quais itens são prioridade - se comida, água, comunicações ou polícia nas ruas -, ele disse: "Todos, meu amigo. Todos.”
O histórico de resistência às civilizações cristãs é um marco na história da população preta mundial. O Haiti representa o não a escravidão e a exploração e, por isso juntamente com o Zimbábue na África são “maus exemplos” a dominação econômica, cultural e racial cristã e branca ocidental. Por isso estão no patamar dos países mais pobres do planeta.
A mídia eurocêntrica em um momento tão grave e de solidariedade ainda ataca o Haiti, tire suas próprias conclusões assistindo Arnaldo Jabor falando sobre a situação . Lamentável!!!
Em 1988, estive na cidade Colón no Panamá em um encontro de Teologia e conheci três pessoas bem interessantes, uma jovem preta dominicana e dois haitianos, sendo um deles, católico e outro praticante de religião de matriz africana. A dominicana falava bem o português porque tinha passado um período em São Paulo e tentava me convencer que eu não era negro, eu era diferente dos haitianos, eles eram negros e nós, a dominicana, os negros de outros países e eu não éramos negros. A discriminação dos dominicanos contra os haitianos é um fato ainda não digerido por mim, como o colonizador conseguiu nos dividir de uma forma tão violenta, africanos seqüestrados.
O haitiano católico também discriminava o outro haitiano por dizer ser o mesmo de origem bantu e afirmar que os negros que praticavam o “vodu bantu” eram os mais ignorantes de todo o Haiti. O que muitos chamam de vodu ou vodu haitiano é uma versão de cerca de tradições religiosas do que é agora o Benin, Togo, Nigéria e Congo. Há uma elite formada de pessoas mais claras, os mestiços e brancos, demonstrando um muro racial dentro da comunidade haitiana. Inclusive a declaração do cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, gerou protestos de diversas organizações.
Estes fatos nos trazem a reflexão do racismo e intolerância com o povo haitiano, vítima de um desastre natural ocorrido, o qual não sabe das conseqüências trágicas que ainda ocorrerão no nível de endemias, e outras mazelas.Além disso, líderes religiosos aproveitam o desastre para divulgar ideologias racistas contra o povo preto no planeta, como se eles não fossem descendentes diretos dos algozes da população haitiana e de toda população outrora escravizada, onde seus ancestres através da guerra fizeram prisioneiros, para serem vítimas da exploração econômica nas Américas e herdeira da pobreza, da intolerância e de todas outras formas de violência, até os dias atuais:
“O evangélico americano Pat Robertson, que anima um programa de TV, lançou uma polêmica nos Estados Unidos ao explicar que o terremoto que arrasou Porto Príncipe seria a consequência de um "pacto com o Diabo" selado pelos haitianos há dois séculos para se livrar dos franceses. "Eles se reuniram e selaram um pacto com o Diabo. Disseram a ele: 'serviremos a você se nos livrar dos franceses'. A história é verdadeira. E o Diabo respondeu: 'está certo'", relatou Pat Robertson, 80 anos, que foi candidato às primárias republicanas para a eleição presidencial de 1988. "Desde então, eles são vítimas de uma série de maldições", afirmou o evangélico, comparando a situação no Haiti com a do país vizinho, a República Dominicana, relativamente próspera.”