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Mano Brown na capa da revista Rolling Stone

"Ô zica, a fita é a seguinte: entra na praça à direita, depois pega a primeira à esquerda e, por último, à direita de novo. Tem de fazer um 'Z'. Vamos decidir a parada hoje. Qualquer coisa, me liga." O roteiro chega pelo celular. É noite abafada, começo de novembro, quando deixo a porta da Escola de Samba Pérola Negra, na Vila Madalena, em São Paulo, reduto contemporâneo da boemia paulistana, rumo a um bairro vizinho. Da outra ponta da linha chega mais uma senha: "É pique rua de periferia, tem casinhas humildes". Nos quase dez minutos para percorrer as ruas da área oeste de São Paulo, um flashback: a conversa cara a cara prestes a começar, na verdade, era o desfecho de um debate iniciado três anos antes.Ao apontar na "rua estilo periferia", encravada no bairro classe média, ninguém à espera. Chamo ao telefone e, em segundos, percebo pelo retrovisor surgir alguém vestido com uma camisa Adidas vermelha da seleção da Turquia, nº 17 às costas, calça jeans e tênis Nike. Sorrisão na cara, cabelo raspado, com um risco à la Mike Tyson, o homem pardo à porta é Pedro Paulo Soares Pereira, um dos mais intrigantes e importantes artistas da música brasileira ao longo das últimas duas décadas, dono de versos cujos ecos estão impregnados em todo o Brasil. O aperto de mãos é acompanhado do cumprimento com origem no candomblé, ombro a ombro. Pedro Paulo convida para entrar na casa dos seus amigos, onde ouve um som.A voz de Jorge, então somente Ben, domina o ambiente. Vem de um computador. Ele canta "Lorraine" acompanhado de Tim Maia na gravação de um show em 1981. Pedro Paulo vibra, mas os acompanha discretamente. "Os dois são referências pra mim", reverencia. Ele teve o sonho, mas não conseguiu gravar com Tim. Nem com Wilson Simonal, outro ídolo. Mas tem orgulho de já ter dividido o palco com Jorge. Quando a música para, rompo o breve silêncio para perguntar se ele está mesmo decidido a falar e a finalmente aparecer sozinho na capa da Rolling Stone. "É a hora! Tenho coisas para falar. Querem me ouvir, vou falar."


Pedro Paulo se tornará quarentão em abril próximo. "Estou virando um tiozinho, mano." Antes de bater nos quatro ponto zero, ele surpreenderá novamente quem o escuta desde 1988, quando tinha 18 anos e entrou nos ouvidos de muitos brasileiros - por amor ou por ódio - com suas rimas. Pedro Paulo é Mano Brown, a mais importante, influente e respeitada personalidade do rap brasileiro, o piloto dos Racionais MC's, uma das vozes das periferias do país - posição rejeitada por ele, mesmo depois de ter guiado o único grupo nacional de rap capaz de vender 1,5 milhão de discos oficialmente no Brasil até hoje (sem contar outros cerca de quatro milhões na conta da pirataria). Mas aquele Mano Brown conhecido pelo Brasil "estava condenado a virar estátua, sem utilidade", como ele mesmo diz, na sua autodefinição."O Racionais parece ter uma cartilha a seguir e não fomos nós que a escrevemos. Foi a opinião pública. Somos reféns das palavras, mas não posso ser refém de nada, nem do rap. Vamos quebrar. Aquele Mano Brown virou sistema viciado, uma estátua óbvia demais. Pergunta tal coisa que ele vai responder tal coisa. Eu estava mapeado e rastreado", constata. Para registrar parte desta nova fase, foram quatro encontros e cerca de 15 horas de conversas mantidas ao longo de 11 dias do mês de novembro último, incluindo uma sessão de fotos - colada em uma outra sessão para ouvir algumas das novas músicas, ainda inéditas. Neste bonde estão o músico com formação clássica e compositor William Magalhães, filho do lendário Oberdan Magalhães, alma da fábrica de samba-soul-funk Banda Black Rio, e o rapper Marcos Dias Carneiro, o Dom Pixote, a quem Brown vez ou outra chama de Fiote. Antes de ter sido assassinado em alguma rua da Babilônia paulistana, o irmão mais velho de Dom Pixote o ensinou a ouvir Racionais. Para Brown, o talento de Pixote no rap é a vingança do irmão de sangue.Cinco dias após o encontro no lado oeste, Mano Brown chega à casa da veterana fotógrafa inglesa naturalizada brasileira Maureen Bisilliat, no coração dos Jardins, bairro elitizado paulistano. Está a bordo de um Audi A3 preto. No bolso, uma onipresente escova de dentes.Ele e a dona da casa se admiram. "Ela tem uma mente mil grau", diz. Sempre quando atraca por lá, faz questão de já saltar do carro e ir direto apertar as mãos dos trabalhadores da rua, os manobristas, os seguranças, os porteiros. "Gente que serve os bacanas" e gosta de sua música e de seu jeito.Na cadeira de balanço da sala repleta de fotografias e peças de arte do Xingu, o rapper tenta organizar os pensamentos, milhares e difusos. "Tenho tanta coisa para falar, meu Deus do céu." Está de regata branca, tatuagens à mostra. Do antebraço esquerdo salta um mapa do continente africano. Do braço direito, uma cruz onde se lê "Provérbios 15-16-17". Ele já foi do candomblé e frequentou igrejas evangélicas. Hoje, diz não ter mais credo. Levanta, vai até o cinzeiro, apaga o cigarro. "Sou contra a religião. Porque virou empresa. Deus está nas pequenas coisas." A cruz na pele é a mesma estampada na capa do disco Sobrevivendo no Inferno, marco de 1998.
By Rolling Stone

O Estado brasileiro continua matando muito

A juíza Kenarik Boujikian Felippe conta, nesta entrevista exclusiva para Caros Amigos, o que acontece nas entranhas do judiciário criminal e do sistema carcerário, onde a discriminação contra os pobres, contra os negros e contra as mulheres, expressa a constante violação de direitos consagrados na atualidade.

Para ela, todos os métodos de tortura utilizados no período da Ditadura Militar continuam a existir hoje, dentro e fora das delegacias e das prisões: “Essa é uma questão relevante para a construção do Estado democrático de direito que ainda não está construído no Brasil. Enquanto nós não resolvermos essa questão do período da repressão, nós não vamos conseguir caminhar para outra situação de dignidade de todas as pessoas”.

Fundadora e ex-presidente da Associação dos Juízes para a Democracia (AJD), militante de ONG que atua com mulheres encarceradas, Kenarik tem sido importante referência na luta pelos direitos humanos no Brasil. Casada, mãe de três fi lhos – Marcelo, Mariana e Isabel – ela denuncia aqui os entulhos autoritários que ainda estão sendo mantidos pelo atual regime, inclusive pelo Judiciário. Vale a pena ler.

Hamilton Octavio de Souza - Fale um pouco da sua vida, onde você nasceu, estudou, morou, sobre sua família, seus pais, até você se tornar juíza.
Kenarik Boujikian Felippe - Eu não nasci no Brasil, vim para o Brasil com 3 anos. Nasci em uma aldeia de armênios que fi ca na Síria. Então, meu documento de naturalidade é da Síria. Eu vim para o Brasil com 3 anos, morei aqui em São Paulo até uns 10 anos, e fui morar no interior em razão do trabalho do meu pai, que era comerciante em São José do Rio Preto. Depois nós voltamos para São Paulo e só saí no tempo em que eu entrei na magistratura, quando obrigatoriamente começa a carreira em outras cidades. Fui para Piracicaba, morei pouco tempo lá, mas a minha vida é basicamente em São Paulo.

Tatiana Merlino - Por que seus pais vieram para o Brasil?
Bom, tem duas versões. Uma é a questão que se fala muito, que é a questão do sonho da América, a possibilidade de dar outro tipo de vida para os filhos. A outra, é que supostamente meu pai fazia parte de algum movimento de independência. Ao contrário da minha família, que plantava, ele trabalhava com construção, ele e meu avô. Achavam que ele eventualmente sabia onde poderia ter armas guardadas na igreja, porque ele trabalhava com construção.

Hamilton Octavio de Souza – Havia uma perseguição forte aos armênios.
Sim, e eu acho que talvez também a minha história com os movimentos de direitos humanos deve ter algum link aí com a questão dos genocídios dos armênios, o primeiro genocídio do século.

Tatiana Merlino – Seu pai nunca confirmou qual era a versão verdadeira?
Meu pai morreu muito cedo, ele tinha 49 anos (quando morreu), eu tinha 15, 16 anos na época, então, ele nunca falou. Eles falavam mais da versão da América. Ele nunca me confirmou efetivamente sobre isso, quem falou sobre isso foi minha mãe. Eu estudei, aqui em São Paulo, um tempo na escola Armênia, logo que eu vim para o Brasil. Depois, quando eu fui para o interior, fui estudar em um colégio estadual, em São José do Rio Preto. Depois voltei, circulei por algumas escolas e acabei me formando em magistério no colégio Santa Inês, que é um colégio salesiano, no Bom Retiro, bairro onde eu morei quando cheguei ao Brasil e onde minha mãe mora até hoje. Depois eu fui fazer faculdade de Direito. Eu tinha dúvidas do que queria fazer. Queria fazer Jornalismo e Direito, antes tinha uma outra opção que passava pela cabeça, que eram Ciências Sociais.

Tatiana Merlino - Você tem algum professor que tenha te inspirado, alguém que atuasse na área de direitos humanos?
Nesse aspecto é o professor (José Gaspar Gonzaga) Francesquini, que acho que até hoje dá aula lá na PUC-SP. Ele dava aula de Direito Civil, era uma pessoa extremamente sensível e fui trabalhar com questão carcerária graças a ele. Ele, na época, era juiz da Vara de Execuções Criminais, e perguntou se os alunos não queriam ser voluntários para realizar um trabalho, pois havia um caos absoluto na questão da assistência judiciária dos presídios. Acho que só eu aceitei e fui ser voluntária. Um pouco do que me inspirou foi a postura dele, uma grande pessoa, uma grande figura humana, um grande juiz da Vara Execuções Criminais, um dos mais conhecidos e respeitados Para mim, a ligação com o professor Francesquini vem muito da oportunidade que ele me deu de conhecer essa outra realidade do sistema carcerário. Isso pra mim foi um ganho gigantesco na minha vida.

Hamilton Octavio de Souza - Como foi essa experiência?
Primeiro é conhecer que existe esse mundo, porque na faculdade de direito você não consegue imaginar nada do que acontece, o que significa aquilo em termos práticos, de processo. E aí pôr o pé dentro do sistema é um choque em um primeiro momento. É algo inesperado, o cheiro é inesperado, tudo é diferente. As pessoas não sabem o que significa passar um dia dentro de uma prisão. E pra mim foi importante conhecer também a falta de estrutura do sistema de justiça em relação a esses que são os mais vulneráveis na minha concepção. Então, esse tipo de trabalho, de você pelo menos ouvir a pessoa e ir atrás para ver se pode fazer alguma coisa, para mim foi uma lição de vida, e, em termos técnicos, evidentemente também. Meu trabalho era voluntária na área de Direito.

Lúcia Rodrigues - Você chegou a advogar profissionalmente?
Sim, advoguei. Antes de ser juíza, fui procuradora do Estado, trabalhei na assistência judiciária, em 88. Em 87, eu fui advogada da FUNAP, onde eu fiz o estágio de direito nas penitenciárias.

Tatiana Merlino - Você tem uma militância na área de Direitos Humanos, faz parte de uma ONG de questão carcerária de mulheres, pode falar sobre isso?
Você está se referindo ao Grupo de Estudo e Trabalho - Mulheres Encarceradas. Eu faço parte desse grupo que é uma rede, e trabalho na rede em razão de pertencer à Associação Juízes para a Democracia. Agora eu tenho uma militância, mas a militância não me tira uma atuação de Direitos Humanos como juíza, não me tira das relações da vida. Você pode ter a militância, mas a questão dos Direitos Humanos é uma coisa global, não é só de uma atividade ou uma coisa direcionada.

Otávio Nagoya - Você acha que o Estado trata diferente os direitos do homem e da mulher presa?
Trata completamente diferente. Um exemplo bem gritante, claro e incontestável é a questão da visita íntima. Os homens tinham há décadas aqui, em São Paulo, e as mulheres não tinham o direito de receber os seus companheiros, amigos. Esse grupo surgiu em uma conversa após uma palestra na OAB para discutir sistema carcerário, e no final eu falei que o Estado tratava diferente as presas dos presos. E aí um grupo de pessoas que eu já conhecia começou a conversar mais sobre isso. Foi quando surgiu o grupo. A gente começou a trabalhar com esse tema, o encarceramento feminino no Brasil, que assim como nos demais países tem um índice pequeno de participação em termos de população carcerária. A taxa de mulheres presas no Brasil é de mais ou menos 6%. Por outro lado, a gente vê que está acontecendo um fenômeno mundial de aumento do número de mulheres presas em razão, basicamente, de envolvimento com tráfico de entorpecentes. No Brasil nós temos um problema de dados. Hoje, o Ministério da Justiça faz um recorte de gênero, mas há uns cinco anos atrás não tinha. Não tem como ter políticas públicas se não se conhece nem qual é o seu mundo de trabalho, qual o percentual.... Eu acho que a mulher é sempre penalizada, seja presa, seja companheira de um preso, porque, se é ela que vai visitar, passa pela revista vexatória. Em dia de visita elas estão lá, não abandonam os companheiros. Mas vai em uma fila de um dia de visita em uma penitenciária feminina, não tem muito homem, são poucos. Tem mais
a irmã, a mãe que leva os filhos... Na penitenciária masculina tem uma fila gigantesca de mulheres. Elas são muito abandonadas pelos homens. Nós tivemos aqui várias campanhas, inclusive estaduais, para mulheres, teve o mutirão ginecológico, e as mulheres presas nem entraram na história. É um plano para todas as mulheres do Estado, e as presas não entraram, é como se elas não existissem.

Hamilton Octavio de Souza - Elas são 6% do total da população do total de presos. É isso? E em números absolutos, quanto representam?
Hoje nós temos uma população aproximada de 450 mil presos. Acho que dá mais ou menos 25 mil se não me engano, alguma coisa assim, 30 mil.

Hamilton Octavio de Souza - Qual é o perfil dessa mulher?
Jovem. A maioria tem filhos, assume a chefia de família... Todas praticamente são pobres. O percentual de mulheres negras presas é um pouco maior do que as negras fora muro. Muitas trabalham, e quando trabalham dentro do sistema, esse é um dado de uma pesquisa que eu acho muito curioso, ela pode fazer o que quiser com o seu dinheiro. Mas eu perguntei: “o que vocês fazem com o dinheiro?”. A maioria das mulheres respondeu: “A gente reverte para a família”. E o que os homens fazem? “Ah,eu gasto comigo”.

Hamilton Octavio de Souza - No processo judicial, há discriminação? Existe algum momento em que a justiça trata de forma desigual a mulher e o homem?
Eu não conheço nenhum trabalho que tenha dito efetivamente isso, mas todo mundo que é da área de Direito fala que as mulheres são tratadas com um rigor maior. Existem algumas consequências práticas da falta dessas políticas públicas. Por exemplo, quem está em cadeia pública, provavelmente não vai ter uma defensoria pública quando fizer seus pedidos. Se o maior número de mulheres do Estado estão em uma cadeia pública, evidentemente ela vai ter menos estrutura para cuidar dos seus direitos.

Júlio Delmanto - Mas no caso da visita das mulheres, da revista, a forma como é feita não é ilegal na verdade? Tem aquele procedimento do banquinho.
Eu acho, eu acho que sim. É, existem outros procedimentos, esse do banquinho... Tem lugares que são terríveis. Por exemplo, uma juíza me falou que ela baixou uma portaria não permitindo mais revista vexatória, por conta do caso de uma mulher que era muito obesa e disse: “eu quero visitar meu marido, mas eu não consigo mais passar por essa situação toda vez que eu vou visitá-lo”. Ela relatou para a juíza como que era a revista e disse: “nenhum homem tinha me tocado, só o meu marido, e chegando lá eu tenho que passar por essa situação...”. A juíza constatou que eles usavam luva de pedreiro pra fazer a revista. Não se pode considerar isso uma coisa normal, rotineira. É ilegal, é desumano, fere todas as convenções, fere a nossa Constituição.

Hamilton Octavio de Souza - A quem compete fiscalizar ou alterar esse tipo de situação?
Bem, primeiro a obrigação é do Executivo, e ele não implementou de forma correta. É de responsabilidade dos governos estaduais, mas se não for respeitado é o Judiciário que tem que garantir. Por exemplo, aquela juíza, naquele caso concreto da revista vexatória, baixou uma portaria para a secretaria.

Lúcia Rodrigues - Em relação a essas violações que acontecem cotidianamente dentro dos presídios, das cadeias públicas, tem outra questão também que é a tortura. Como é que você vê esses casos? São recorrentes? Como é que chega essa questão para você?
Quem trata da execução do processo aqui em São Paulo é um outro juiz, que é o juiz da Vara de Execução. Agora, nós sabemos que a tortura ocorre no país não só dentro do sistema prisional como fora. E é impressionante. Teve um processo de tortura faz alguns anos, e na época, por uma questão de estudo, só por isso, eu quis fazer um levantamento lá no Fórum para saber dos processos de tortura. Eu fiquei chocada com os números. A gente sabe que o número é pequeno, que não se pune, que não se apura, todo mundo sabe, mas na hora que você vê os números, eu falei: “Mas não é possível, nós estamos aqui em São Paulo”. A lei de tortura já tinha cinco anos (a lei é de 1997) de existência, mas não havia nem cinquenta processos. Isso é nada, eu recebo muito mais processos por mês do que esses cinquenta. Não há registro dos casos, não há apuração
dos casos, não há estrutura para as pessoas que fazem esse tipo de denúncia. A questão da tortura é uma questão mal resolvida.

Lúcia Rodrigues - A não punição dos torturadores da ditadura militar implica na perpetuação da tortura hoje.
Todos os métodos utilizados no período da repressão são exatamente os mesmos métodos utilizados hoje, e essa é uma questão relevante para a construção do Estado democrático de Direito que ainda não está construído no Brasil. Enquanto nós não resolvermos essa questão do período da repressão, nós não vamos conseguir caminhar para outra situação de dignidade de todas as pessoas. Tem uma pesquisa que eu acho muito interessante, que foi feita em vários países por uma pesquisadora americana. Ela fez um levantamento em vários países que passaram por períodos autoritários. Nos países em que os crimes praticados durante esse período autoritário foram apurados, os crimes de violação aos direitos humanos diminuíram. Então eu acho que essa pesquisa diz, com todas as letras, não só para o passado, mas como para o presente e para o futuro, que isso tem que ser resolvido.

Lúcia Rodrigues - Por isso a importância da ADPF, que está querendo fazer uma leitura sobre a Lei de Anistia, que não tem crime conexo entre torturador e preso político, não dá para ter essa conexão de crimes. Essa conexão é uma interpretação errônea, não é?
Sim. A ADPF foi proposta pela OAB.

Hamilton Octavio de Souza - O que é ADPF?
Ação declaratória de preceito fundamental. Significa que alguém quer que o Supremo faça uma leitura de algum preceito constitucional à luz da Constituição.

Hamilton Octavio de Souza – Uma interpretação?
É. É um instituto relativamente novo, nós não temos um número grande deste tipo de ação no Supremo Tribunal Federal. A ordem entrou com essa ação e a AJD entrou com um pedido de amicus curia, é um instituto que permite que o ingresso no processo para ajudar a corte fornecendo elementos. Agora, a opção da AJD pelo ingresso não é um método de trabalho, nós não temos essa política, essa é uma ação excepcionalíssima. A gente só ingressou pelo que representa a ação em termos de democracia para o país. Será um marco, em termos do Estado, admitir através de um de seus poderes, que é o poder Judiciário, que aqueles indivíduos que praticaram atos inumanos no período de repressão não são beneficiados pela Lei de Anistia. É um marco para a democracia. O processo teve início em 2008, está na Procuradoria Geral da República desde fevereiro
deste ano e existe expectativa que, agora em outubro, o procurador dê, enfim, o seu parecer e devolva o processo para o Supremo Tribunal Federal, para que ele possa decidir.

Lúcia Rodrigues - Eu queria que você explicasse o que é o crime conexo. Por que não é considerado um crime conexo quem tortura e quem participou da resistência à Ditadura militar?
Quando da lei da anistia, o artigo 1º fala em crimes políticos e conexos. E eu não sei por qual motivo, exatamente. Eu não consigo detectar, isso ficou adormecido e parado, sem muitas ações na época para se questionar isso. Recentemente, o STF deu uma decisão que eu considero muito importante, que é do caso da extradição do Manoel Cordeiro. A extradição foi pedida pela Argentina e pelo Uruguai. Ele era um torturador da chefia da operação Condor. Nesse caso específico, o tribunal declarou que os atos praticados por esse indivíduo, no âmbito da operação Condor, não poderiam ser caracterizados como crime político. Então nós já temos um passo significativo e toda jurisprudência do Supremo. Aí resta a questão do crime conexo, e esse é o objetivo da ADPF, que pede que o STF diga que esses crimes praticados pelos torturadores, assassinos, não são conexos com os crimes políticos. Não existe nenhuma relação de espécie nenhuma, de motivação entre a tortura e os atos e crimes que foram praticados com determinada motivação.

Hamilton Octavio de Souza - Qual é a situação do Brasil em relação aos outros países da América Latina?
É importante dizer que existe uma expectativa desse caso não só em relação aos brasileiros, ao povo brasileiro, mas existe na ordem regional, na América Latina, todos os outros países estão tomando suas ações para não deixar impune o que aconteceu nas ditaduras. Em todos os países isso está sendo enfrentado pelo poder Judiciário, muitas vezes, por outros poderes, o Legislativo, o Executivo. No Brasil eu não vejo o Legislativo tendo uma atuação nesse aspecto, não vejo o Executivo fazendo alguma
coisa de mais concreto em relação a isso.
Lúcia Rodrigues - Por que o governo Lula não faz nada de mais concreto, se é um governo teoricamente de esquerda? E tem um ministro dos Direitos Humanos que foi torturado, inclusive.
Eu não sei se o governo Lula é um governo de esquerda. Eu não concordo quando se diz que é um governo de esquerda, e nem sei se até é teoricamente. Ele foi eleito por uma base grande de esquerda, isso sim, mas ele não é um governo exatamente de esquerda. Tanto que, em termos de Executivo, o que é que foi feito em relação a essa matéria? Ele tem que assumir, ele é o presidente, foi ele quem recebeu milhões de votos. Como é que ele não assume uma coisa dessas? Deixa cada ministério falar o que acham sobre esse tema. Então, nesse processo nós temos essa tensão dentro do governo. E tensão eu acho que pode existir, mas tem que ter alguém que diga se é A ou B. Alguém tem que dizer isso. Quem seria? Só pode ser o presidente.
fonte:Caros Amigos
Por Hamilton Octavio de Souza, Júlio Delmanto, Lúcia Rodrigues, Otávio Nagoya e Tatiana Merlino

Crimes de Maio de 2006

À População Brasileira e Internacional de forma ampla, geral e irrestrita à Presidência da República do Brasil, na pessoa do Presidente Sr. Luís Inácio Lula da Silva à Casa Civil, na pessoa da Ministra Sra. Dilma Roussef ao Ministério da Justiça, na pessoa do Ministro Sr. Tarso Genro e à Secretaria Especial de Direitos Humanos, na pessoa do Secretário Sr. Paulo Vanucchi

ATÉ QUANDO O ESTADO CONTINUARÁ TORTURANDO E MATANDO?

ATÉ QUANDO A POPULAÇÃO VAI TOLERAR EM SILÊNCIO?

“De aqui, de dentro da guerra, qualquer tropeço é motivo. A morte te olha nos olhos. Te chama, te atrai, te cobiça. De aqui, de dentro da guerra, não tem DIU nem camisinha que te proteja da estúpida reprodução da fome, da miséria, da ínfima estrutura que abafa o cantar das favelas: antigas senzalas modernas. Cemitério Geral das pessoas.”
Poeta Dinha, Parque Bristol, Periferia-SP

Se levarmos a sério tudo aquilo que o conceito de “democracia” promete, o Brasil obviamente nunca concluiu sua “transição democrática”. Muito pelo contrário. Quem vive nas favelas e comunidades periféricas do país, sabe na pele o quê isso significa. Vivemos num país cada vez mais dividido por um abismo entre duas classes de pessoas: aquelas que são consideradas “seres humanos portadores de direitos” porque têm mais dinheiro e, via de regra, tem a pele mais clara; e aquelas “pessoas que não são consideradas sequer seres humanos”, tratadas como bicho por terem a cor da pele quase sempre mais escura, não terem dinheiro e. quando muito, terem um emprego precário, podendo desse modo serem descartadas e massacradas pelo sistema que, sob sua lógica, as pode substituir com facilidade. A essa imensa maioria das pessoas, até para que elas permaneçam sendo exploradas ao máximo, é aplicado o Terror.

Um Terror cotidiano que tem na falta de condições mínimas para uma vida digna, por um lado e, por outro, no poder repressivo da polícia e de agentes paramilitares ligados ao estado, duas faces da mesma moeda da opressão. Uma opressão que se concretiza das mais diversas formas, concentradas ou difusas, em especial contra a juventude pobre e negra do país. Práticas que, cada vez mais, têm culminado em torturas cotidianas, encarceramento em massa, e seguidas execuções sumárias. Uma pesquisa recente divulgada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, UNICEF e Observatório de Favelas, no dia 21/07/2009, afirma que, se as estatísticas permanecerem como estão, mais de 33,5 mil jovens terão sido executados no Brasil durante o curto período de 2006 a 2012. Os estudos ainda apontam que os jovens negros apresentam risco quase três vezes maior de serem executados em comparação com os brancos.

Os Crimes de Maio de 2006

Pois mal: foi neste contexto que, durante o mês de maio de 2006, no Estado de São Paulo, policiais e grupos paramilitares de extermínio ligados à Polícia Militar promoveram um dos mais vergonhosos escândalos da história brasileira. Em uma cínica e mentirosa “onda de resposta” ao que se chamou na grande imprensa de "ataques do PCC", foram assassinadas no mínimo 493 pessoas - que hoje constam entre mortas e desaparecidas. A imensa maioria delas - mais de 400 jovens negros, afro-indígena-descendentes e pobres – executados sumariamente. Sem dúvida, o maior Massacre da história brasileira recente.

São centenas de mães, milhares de familiares e amig@s que tiveram, no intervalo de pouco mais que uma semana, seus entes queridos assassinados covardemente, e até hoje seguem sem qualquer satisfação por parte do Estado brasileiro. Os casos permanecem arquivados sem investigação correta para busca da Verdade dos fatos; sem Julgamentos dos verdadeiros culpados (os agentes do estado e seus outros braços armados); sem qualquer Proteção, Indenização ou Reparação por parte das instituições que tiraram os seus jovens. Um estado que ainda insiste em sequestrar também o sentimento de Justiça dessas famílias.

Desde então, por meio de muita luta - sobretudo das Mães e Familiares de Vítimas à frente dela - um primeiro e importante desafio já vem sendo superado: a censura nos grandes meios de comunicação, e a barreira do desconhecimento. Hoje, passados três anos e meio desde os terríveis Crimes, milhões de pessoas ao redor de todo o Mundo já sabem o quê realmente aconteceu naqueles trágicos dias. Entretanto, muitas ainda precisam saber, principalmente aqui no Brasil, onde o massacre aconteceu, e onde a marcha fúnebre prossegue com o desconhecimento ou conivência de muitos.

No dia 15 de outubro de 2009, a Anistia Internacional enviou uma nota a todas as instâncias do Estado brasileiro, na qual repudia o absurdo arquivamento da imensa maioria dos casos que se multiplicaram nas periferias de São Paulo a partir de maio de 2006, ressaltando estar atenta em relação à impunidade que vigora até o momento, e atenta também ao futuro das investigações e providências. Há poucos dias, no início de dezembro, novamente em visita ao Brasil, representantes da AI voltaram a destacar e se solidarizar com toda a luta das Mães e Familiares que, segundo a entidade internacional, sofrem uma "dupla-violência”: além de terem perdido seus filhos de maneira brutal por parte de agentes do Estado, ainda têm renegado o seu legítimo direito à Verdade e à Justiça, sendo obrigadas muitas vezes a conduzir elas mesmas as investigações - sem nenhum suporte, reparação, e sequer a garantia da própria Vida. A Anistia Internacional também volta a exigir o desarquivamento dos casos.

Desarquivamento e Federalização

Agora é preciso dar novos passos, e superar novas barreiras simbólicas, políticas e jurídicas. Esta petição, lançada pelas “Mães de Maio” às vésperas do Dia Internacional dos Direitos Humanos de 2009, tem como objetivo geral exigir o mínimo que as pessoas com alguma decência e dignidade podem fazer diante de brutalidades como esta: manifestar seu Repúdio e reivindicar Justiça! Mas tem um objetivo específico muito preciso: exigir do Poder Executivo Nacional que este faça cumprir a Constituição Brasileira, a qual vem sendo constantemente vilipendiada pelos Poderes Judiciário e Executivo do Estado de São Paulo – de alguma maneira implicados politicamente com os referidos Crimes de Maio de 2006, sobre os quais cobramos Justiça.

Sabemos que uma sociedade realmente democrática não se constrói sem encarar todo o seu Passado, sem assimilar toda sua Verdade Histórica. Sabemos que isso não é fácil, e que no Brasil há uma blindagem pesada feita pelas elites civis e militares para que isto não aconteça. Entretanto, diante de todo este poder opressivo imposto pelo dinheiro, pelas mídias e pelas armas, nós que abaixo-assinamos esta petição não nos intimidamos.

Estamos absolutamente convictos de que não construiremos uma sociedade Justa, Igualitária e, sobretudo, Livre, sem fazer todas as devidas reparações históricas. Mais que isso: seria impossível dormir com a consciência tranqüila se nos calássemos, nos omitíssemos ou, pior, se colaborássemos para a manutenção desta situação. Tampouco atingiremos os nossos ideais coletivos, nacionais e internacionalistas, sem exigirmos a punição dos responsáveis pela sucessão de crimes históricos cometido pelas elites e por seus agentes incrustados no Estado brasileiro, de forma direta ou indireta. Principalmente aqueles altos responsáveis pela sucessão de Massacres que marca a nossa História. Sem o julgamento e a devida punição de todos os responsáveis por estes crimes inomináveis, a sociedade brasileira na prática continuará dando aval para que eles sigam ocorrendo, sobretudo contra a juventude pobre e negra do país.

A luta pelo Desarquivamento e pela Federalização das investigações sobre os Crimes de Maio de 2006 se insere nesta tradição de resistência de tod@s @s oprimid@s que lutaram e lutam pela Memória, pela Verdade e por Justiça, em relação a todos os massacres históricos. Não apenas as vítimas e familiares dos Crimes de Maio de 2006 agradecem o apoio a este manifesto, mas todas as vítimas diretas ou indiretas do Massacre de Canabrava (2009), do Complexo do Alemão (2007), da Baixada Fluminense (2005), da Praça da Sé e de Felisburgo (2004), de Eldorado dos Carajás (1996), da Candelária e de Vigário Geral (1993), do Carandiru (1992), de Acari (1990), da Ditadura Civil-Militar (1964-1989), e de todos os massacres históricos contra trabalhadoras e trabalhadores pobres, negros e indígenas ocorridos ao longo da história brasileira.
NOSSA LUTA POR JUSTIÇA HISTÓRICA É UMA SÓ!
E, neste momento, neste manifesto: a Luta é por Justiça frente aos Crimes de Maio de 2006!
EM DEFESA DO DESARQUIVAMENTO E DA FEDERALIZAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE OS “CRIMES DE MAIO DE 2006” COMETIDOS POR AGENTES MILITARES DO ESTADO DE SÃO PAULO E GRUPOS DE EXTERMÍNIO PARAMILITARES LIGADOS A ELES.
07 de Dezembro de 2009
Para assinar a petição online clique aqui

Americanos invejosos vs Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro

O ator americano Robin Williams, de 58 anos, fez uma piada infeliz no Programa Late Show with David Letterman (um dos programas mais populares dos EUA), onde declarou sua insatisfação (inveja) pela escolha do Brasil em sediar as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
Ele disse:
"É ótimo estar aqui com a próxima Oprah esta noite. E eu espero que a Oprah não tenha ficado chateada por ter perdido as Olimpíadas, sabe? Chicago mandou a Oprah e a Michelle. O Brasil mandou 50 strippers e meio quilo de pó. Não foi justo”.
Mas ele deve saber do que está falando, pois antes da fama e respeito que tem atualmente, teve sérios problemas com drogas, mais precisamente com cocaína. Foi rebelde e participou de inúmeras festas regadas a muita droga, uma delas com John Belushi, poucas horas antes da morte dele por overdose.

Em outubro, a atriz Wanda Sykes (The New Adventures of Old Christine) também criticou a escolha do Rio numa entrevista ao “Jay Leno Show”. Ela perguntou a Leno se o Comitê Olímpico já estava considerando prostituição como esporte, porque no Rio a competição seria para escolha da bunda mais bonita.
E não foi apenas isso, o apresentador Fareed Zakaria, do programa “GPS”, na CNN, também colocou em dúvida a capacidade de sediarmos as Olimpíadas de 2016.
Ele disse:
"Apenas dias depois da euforia causada pela escolha do COI, uma guerra contra o tráfico de drogas, que já dura décadas, deixou 40 pessoas mortas”.
E concluiu:
"Eu não espero que o presidente Lula, o político mais popular do mundo, com aprovação na casa dos 80%, resolva todos os problemas antes das Olimpíadas de 2016 com a mesma competência que os chineses demostraram antes de Beijin 2008”.
Mas para ele as Olimpíadas serão: "um grande teste para o futuro”.


É triste ver nosso país assim, tão criticado, como se nos EUA não houvesse drogas, prostituição, seriais killers, traficantes… a única coisa que posso concordar é que eles não tem, nem perto, a beleza da bunda (e é claro que não é só a bunda, apenas me retrato às próprias palavras deles) das brasileiras, isso é fato. Nós brasileiros sabemos muito bem de todos os problemos que o Rio de Janeiro enfrenta, mas "eles" os Norte Americanos se esquecem que Las Vegas ganhou fama por legalizar a prostituição e na Califórnia, maconha pode ser vendida como medicamento.Então este cidadão deveria cuidar da vida dele,ou como é uma pessoa pública fazer campanhas contra prostituição e drogas.Deveria também parar de se preocupar com o Brasil e dar um jeito no país dele que está em recessão e poluindo meio mundo."

Como disse o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes: "Isso é dor de corno!”


Já o Comitê, afirmou em nota que o assunto será tratado apenas pelos seus advogados, que estudam as “medidas cabíveis nos Estados Unidos”.
Será que vai dar em algo? Que mania que as pessoas têm de pensar que podem dizer o que querem sem pensar nas consequências...
Assista ao vídeo

Lixo tecnólogico Europeu envenena crianças na África part. I



Os cidadãos do Ocidente jogam fora milhões de computadores velhos todos os anos. Centenas de milhares deles acabam na África, onde as crianças procuram ganhar a vida vendendo peças velhas das máquinas. Mas os elementos tóxicos presentes no lixo as estão envenenando lentamente. Segundo a Bíblia, Deus lançou uma chuva de fogo e enxofre para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra. E as autoridades governamentais de Accra, em Gana, também passaram a chamar de "Sodoma e Gomorra" uma parte da cidade afetada por produtos tóxicos de um tipo que os moradores das cidades bíblicas jamais poderiam imaginar. Ninguém vai a esse local, a menos que isso seja absolutamente necessário. Uma fumaça ácida e escura passa sobre os barracos da favela. As águas do rio também são fétidas e viscosas como óleo usado. Elas carregam gabinetes de computador vazios para o oceano. Nas margens do rio veem-se fogueiras alimentadas por isopor e pedaços de plástico. As chamas consomem o material plástico de cabos, conectores e placas-mãe, deixando intactos apenas o metal.Hoje há um vento que faz com que a fumaça dessas fogueiras infernais passem lentamente por sobre a terra. Respirar muito profundamente é doloroso para os pulmões, e as pessoas que alimentam as fogueiras às vezes dão a impressão de serem apenas silhuetas vagas e enevoadas.Uma figura pequena e curvada caminha entre as fogueiras. Com uma mão, o garoto arrasta um alto-falante velho pela terra e as cinzas, puxando-o por um fio. Com a outra mão ele segura firmemente uma bolsa. O alto-falante e a bolsa são as únicas posses do garoto, além da camiseta e as calças que ele usa. Ele tem um nome incomum: Bismarck. O garoto tem 14 anos, mas é pequeno para a idade. Bismarck vasculha a terra em busca de qualquer coisa que os garotos mais velhos possam ter deixado para trás após queimarem uma pilha de computadores. Podem ser pedaços de cabo de cobre, o motor de um disco rígido, ou peças velhas de alumínio. Os ímãs do seu alto-falante também capturam parafusos ou conectores de aço. Bismarck joga tudo o que encontra dentro da bolsa. Quando a bolsa estiver cheia até a metade, ele poderá vender o metal e comprar um pouco de arroz, e talvez também um tomate, ou até mesmo uma coxa de galinha grelhada em uma fogueira acesa dentro do aro de um carro velho. Mas o garoto diz que hoje ainda não encontrou o suficiente. Ele desaparece novamente na fumaça.


O refugo da era da internetEsta


Área próxima a Sodoma e Gomorra é o destino final dos computadores velhos e outros produtos eletrônicos descartados de todo o mundo. Há muitos lugares como este, não só em Gana, mas também em países como Nigéria, Vietnã, Índia, China e Filipinas. Bismarck é apenas um de talvez uma centena de crianças daqui, e de milhares do mundo inteiro. Essas crianças vivem em meio ao refugo da era da internet, e muitas delas podem morrer por causa disso. Elas desmancham computadores, quebrando telas com pedras, e a seguir jogam as peças eletrônicas internas em fogueiras. Computadores contêm grandes quantidades de metais pesados e, à medida que o plástico é queimado, as crianças inalam também fumaça carcerígena . Os computadores dos ricos estão envenenando os filhos dos pobres. A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que até 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são jogadas anualmente no lixo em todo o mundo. O custo para se reciclar apropriadamente um velho monitor CRT na Alemanha é de 3,50 euros (US$ 5,30 ou R$ 9,20). Mas o envio do mesmo monitor para Gana em um contêiner de navio custa apenas 1,50 euro (R$ 3,80).

Snoop Doog disponibiliza seu novo álbum na íntegra no My Space



Em um dos últimos lançamentos de 2009, chega às lojas no dia 8 de dezembro Malice N Wonderland, novo CD de Snoop Dogg.

O décimo álbum de estúdio do astro já está disponível na íntegra em sua página no myspace, e conta com participações de artistas como R Kelly, Brandy, Jazmine Sullivan e Soulja Boy.

Ouça aqui as faixas de Malice N' Wonderland

"Não quero negros na minha equipe"


Dick Advocaat, técnico do Zenit, da Rússia, afirma que não quer criar problemas com os torcedores do seu clube. O técnico do Zenit, Dick Advocaat, declarou que não quer jogadores negros em sua equipe porque torcedores do clube não querem. Nesta quarta, dia 14, o Zenit, da Rússia, decidirá o título com o Glasgow Rangers, da Escócia, pela Copa da Uefa. Segundo o técnico a torcida não aceita que o elenco tenha jogadores negros.
"Não quero negros no meu time porque meus torcedores não querem. Honestamente, não entendo por que eles prestam tanta atenção na cor da pele", enfatizou o holandês Dick Advocaat, em entrevista ao portal espanhol "20 Minutos". A equipe do Zenit possui várias torcidas organizadas que são racistas. Tanto que o clube quase foi eliminado do torneio por causa de insultos contra jogadores do Olympique de Marselha. Apesar das evidências e da confirmação do próprio técnico, a diretoria do Zenit se defende das acusações e nega que os torcedores sejam racistas. "O Zenit une jogadores de diferentes nacionalidades e religiões. Nosso clube tem milhões de torcedores, em diferentes países. O clube e seus jogadores participam freqüentemente de programas anti-racistas", afirmou a diretoria do clube. O duelo entre Zenit e Rangers acontece nesta quarta-feira, no estádio City of Manchester, na Inglaterra.

Bantustolas: Os bantustões dos quilombolas, o MST dos negros


O livro de Nelson Ramos Barreto, A Revolução Quilombola (Artpress, São Paulo, 2007), narra as maracutaias feitas pela tróica da malandragem “bantustola” (os quilombolas dos bantustões racistas): Fundação Palmares, Incra e falsos quilombolas. Como se sabe, bantustões eram áreas criadas pelo regime do Apartheid, na África do Sul, em que os negros eram confinados como animais e de onde só podiam sair com autorização do governo. A Constituição Federal, em seu Art. 68, prevê que terras ocupadas por antigos descendentes de quilombos, os quilombolas, tenham os devidos registros cartoriais: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”. É importante atentar para as palavras escritas pelo constituinte: “que estejam ocupando suas terras”, não “que ocupavam”, “que tinham ocupado” ou “que irão ocupar”.O que ocorre, no entanto, é que o Incra e a Fundação Palmares estão aceitando qualquer sujeito a se identificar como quilombola (a tal “auto-atribuição” ou “auto-definição”) e, a partir daí, conceder terras a falsos quilombolas, em áreas onde nunca havia existido qualquer tipo de comunidade quilombola. Basta o bantustola dizer que o tataravô escravo tenha andado por tais e tais terras ou serras, que tenha pescado em tais e tais rios, que tenha caçado em tais e tais matas, que tenha procriado em tais e tais campos, para que o pedido de bantustola seja imediatamente aceito, sem direito de contestação do legítimo proprietário.Em Joaçaba, SC, minha terra natal, segundo denúncia de Barreto, nem a Mitra Diocesana escapou da sanha quilombola. Seria o caso de implantar um “bantustola carola” no progressista município do Vale do Rio do Peixe?Em Campos Novos, SC, na Invernada dos Negros, ocorre outra patifaria, segundo investigação de Barretto. Um antigo fazendeiro doou cerca de 1/3 de suas terras a antigos escravos, depois de alforriados. Hoje, lá vivem apenas 32 famílias, as quais nunca foram quilombolas, pelo simples fato de nunca terem fugido do patrão, que sempre foi muito bondoso com seus escravos. Espertamente, baseado em laudo de uma antropóloga de uma universidade catarinense, o Incra quer aumentar o tamanho daquelas terras para pelo menos 8.000 hectares “numa primeira etapa” (outras etapas com certeza aparecerão mais adiante), para que sejam assentados cerca de 1.000 bantustolas na região! Como foi feito o milagre da multiplicação dos bantustolas? Com a distribuição de cestas básicas feitas pelo Incra, como isca, apareceram muitos espertalhões vindos de outras regiões do Estado, os quais, na maior cara-de-pau, se “identificaram” como bantustolas, assinando uma lista que não tem nenhum valor jurídico em um país sério, o que não é o caso do Brasil. O interessante é que a maioria desses picaretas importados pelo Incra nem sabe o que significa “quilombola”, pois alguns deles falam em “quirombolas” e até “carambolas”...No Rio de Janeiro, no bairro da Saúde, um espertalhão chamado Damião Braga Soares dos Santos ocupou irregularmente um imóvel da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e, posteriormente, identificou-se como sendo também um bantustola, junto com sua mulher, Marilúcia da Conceição Luzia, e mais três picaretas. Até aí tudo bem, tem sem-vergonha em toda parte. Porém, é assombroso que a Fundação Palmares e o Incra tenham aceitado tal absurdo como uma prova de existência bantustola. Logo lá, no centro do Rio, na região portuária, próximo de um antigo Forte Militar.Dentro dessa loucura bantustola, o município de São Mateus, ES, deverá ser desapropriado em cerca de 80% de seu território, para doação a falsos quilombolas! Para onde mandar toda essa gente que lá habita há séculos, que produz um dos agronegócios mais diversificados do País?No final da Ilha da Marambaia existe uma unidade de Fuzileiros Navais, onde Lula gosta de passar suas férias. Além dos fuzileiros, habitam a região cerca de 106 famílias, que vivem basicamente da pesca, da aposentadoria e da Bolsa-Esmola. Uma ONG inventou que essas famílias são bantustolas, a malandragem foi aceita pela Fundação Palmares e pelo Incra, que deseja que a metade da ilha (16 milhões de m²) se torne propriedade bantustola!Antropólogos da Universidade de Brasília (UnB) criaram um mapa do Brasil com a existência de 2.228 quilombos. A Fundação Palmares, ONGs e bantustolas já aumentaram esse número para próximo de 5.000. FHC concedeu, em oito anos, um Estado de São Paulo inteiro ao messetê, a um custo de cerca de R$ 25 bilhões. Nesse favelão apocalíptico, somente 9% dos assentados conseguem viver de seu próprio trabalho, 91% vivem de passeatas e cestas básicas. O insumo agrícola que esses falsos trabalhadores rurais recebem não é grão de milho ou de soja, mas pano vermelho, para confecção de bandeiras, bonés e camisas. Os 5.000 bantustões negros requeridos pelos bantustolas têm uma área superior a cinco Estados do Rio de Janeiro. E assim, de “carambola” em “quirombola”, os quilombolas criados pelo Incra deitam e rolam. Felizes bantustolas!Barreto lembra como o movimento negro substituiu a bondosa Princesa Isabel por Zumbi, um escravocrata que espalhava o terror nas populações vizinhas a partir do Quilombo dos Palmares. O autor apresenta uma prova de que “Zumbi mantinha escravos de tribos inimigas para os trabalhos do quilombo”, tirada do livro Divisões Perigosas, de José de Souza Martins (Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007, pg. 99): "Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vendê-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo lingüístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões" (pg. 20).O racismo quilombola teve grande impulso com FHC que na deliberação do Programa Nacional dos Direitos Humanos, criado em 1996, dando início à divisão do Brasil em um país bicolor: “Determinar ao IBGE a adoção do critério de se considerar os mulatos, os pardos e os pretos como integrantes do contingente de população negra”. Assim, os negros mestiços, ainda que tenham 50% de sangue europeu, passam a ser tratadas como africanos puros, um absurdo! Com uma penada, FHC pretendeu acabar com uma instituição nacional, a “mulata”.“Com este jogo de conceitos, o censo, que apresentava 51,4% da população brasileira como sendo branca, 5,9% como negra e 42% como parda, com o advento da nova expressão fez com que a população negra passasse a constituir 47,9% dos brasileiros. Diante dos números acima, foi criado o slogan: ‘No Brasil a pobreza tem cor, e ela é negra’. A causa da pobreza dos negros seria um ‘racismo escondido’. O governo, em vez de combater a pobreza com os instrumentos clássicos de educação de qualidade, geração de emprego, fortalecimento da família e de valores morais, com amor ao trabalho e à poupança, vem criando uma série de programas de incitamento à revolta, resultando em invasões de propriedades e desrespeito às decisões judiciais” (pg. 11-12).O racismo quilombola tenta se aperfeiçoar ainda mais, com base no Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 213/2003, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS), que “institui o Estatuto da Igualdade Racial”, uma constituição paralela para os negros, como diz Barreto, um verdadeiro Apartheid: “Não se trata de igualar os direitos para todas as raças, mas de fazer uma divisão, um verdadeiro Apartheid, separando os negros em seus direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à cultura, e em todos os demais, como se isso já não fosse garantido na Constituição a todos os brasileiros sem distinção de raça” (pg. 33). Um desses projetos segregacionistas já em vigor é o sistema de “cotas raciais”, em que estudantes têm direito a ingressar na universidade por conta apenas da cor de sua pele negra ou nem tão negra assim - um ato inconstitucional que os juízes do STF já deveriam ter derrubado logo no início, caso não estivessem comendo moscas e aceitando a demagogia e a pilantragem do movimento negro.Vale lembrar que, em março deste ano, a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Promoção e Igualdade Racial, afirmou que “não é preconceito negro odiar branco, é uma coisa natural”. Imagina se eu afirmasse que é natural o branco escravizar o negro, por ser superior intelectualmente. Eu seria imediatamente preso, por “prática de racismo”. E o que aconteceu com Dona Matilde? Nada, como nada aconteceu com o ministro de propagação da subversão continental, Marco Aurélio Garcia, com seu obsceno gesto “top-top-top”, por ocasião do acidente do avião da TAM, que deixou 199 mortos, acompanhado devidamente por um aspone fazendo gestos ainda mais obscenos de “fuck-fuck-fuck”.É assim que funciona o movimento bantustola: de mentira em mentira, de safadeza em safadeza, de malandragem em malandragem, vai levando a “revolução quilombola” para o campo e a cidade, de modo a trazer preocupação e desespero à população legalmente estabelecida há séculos.Inegavelmente, a “revolução quilombola” é o messetê dos negros, como muito bem disse Nelson Barretto. Os bantustões dos quilombolas estão sendo moldados dentro dos mesmos conceitos das fazendas coletivas soviéticas, os kolkhoses, que levaram a fome à antiga URSS. Ninguém é dono de nada, já que apenas a “comunidade quilombola” é proprietária das terras. Assim, galinha d’angola em terreno bantustola não tem dono porque é comunitária a caçarola... Favelas e mais favelas serão criadas por conta desse movimento racista só visto nos bantustões do Apartheid sul-africano de triste memória. Quem é que vai querer trabalhar para progredir na vida, se tudo é distribuído a todos, mesmo para os vagabundos que não são chegados ao trabalho, nada produzem, e que preferem fazer passeatas pelas cidades do País?Algumas dúvidas já se impõem: só “beiçola” pode ocupar terra de bantustola? Branquelo azedo e “pindirriga”, como eu, pode se casar com mulher bantustola, viver no bantustão quilombola e procriar filhos bantustolas? Ou isto será proibido, para preservar o código genético dos negros, para que não tenha nenhum tipo de “contaminação” de sangue branco?Dentro desse princípio, deveriam também ser criados “branquelolas”, os “quilombolas de brancos”, nas cidades de origem alemã e italiana de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Se Lula já criou até uma moeda para os bantustolas de Alcântara, MA, o “Guará”, que tal criar também uma moeda exclusiva para os alemães de Blumenau? Poderia ser “Pila”, palavra que no Sul significa “dinheiro”. Ou “Fritz”. Os habitantes de Pomerode, a cidade mais alemã de Santa Catarina, iriam adorar...
Fonte: Mídia Sem Máscara

Evolução HipHop direto de Ilhéus-Ba


Próximo sábado (28-11-09) o programa Evolução HopHop, da Rádio Educadora FM 107.5, sai mais uma vez do estúdio oficial e será transmitido ao vivo a parti das 05h, da tarde (Obs: na Bahia não tem horário de verão), direto da cidade de Ilhéus, localizada a 460 km de Salvador, na região Sul da Bahia, sob o comando do Dj Branco, que terá como convidados nesta edição especial a galera do hiphop das cidades de Serrinha, Alagoinhas e do grupo de Rap O Quadro de Ilheus. Esta transmissão especial faz parte da programação da III Conferência Estadual de Cultura da Bahia, que acontece entre os dias 26 e 29 de novembro em Ilhéus-Ba.
Quem não estar na Bahia pode ouvir AO VIVO de qualquer parte do mundo pelo site: www.educadora. ba.gov.br

PATHY DEJESUS


NOME MUITOS JÁ OUVIRAM FALAR PATRÍCIA DE JESUS, MODELO RECONHECIDA MUNDIALMENTE, NATURAL DA ZONA NORTE DE SP (MORAVAMOS NA MESMA RUA…), AMANTE DO SAMBA E DA CAMISA VERDE, VIÚVA DO GRANDE DJ PRIMO.
HOJE ELA ESTA JÁ ENTRE OS NOMES DE GRANDES DJ DE GRANDES EVENTOS, E COM ELA E QUE VAMOS BATER UM PAPO - PATHY DE JESUS!!!!RADAR URBANO - MINHA GRANDE AMIGA PATHY, E COM GRANDE PRAZER QUE VENHO BATER ESSE PAPO COM VC, PARA FALAR UM POUCO DE TUDO…PRIMEIRO SE APRESENTA PARA A GALERA DO SITE, QUEM E A PATRÍCIA DE JESUS…?

Patricia Dejesus é uma mulher abençoada porém batalhadora, que não tem medo de desafios, que tem o poder de renascer das cinzas, feliz por fazer o que ama e por ter a família e os amigos mais incríveis desse mundo! Que tem consciência de que já foi longe, mas que almeja ir muito além.

Afffffffff… Já vi que vou me emocionar com essa entrevista rsrsrs. Bom, acho que foram umas 20 e poucas capas de revista entre nacionais e internacionais. Essa história de ser modelo começou muito por acaso. Eu queria jogar Futsal e fazer faculdade. Fui abordada por uma pessoa que insistiu tanto pra eu fazer um teste pra uma campanha que acabei indo… Na época, estudava e trabalhava meio período… tive que pedir pro chefe me liberar rsrsrs. Foi um dos momentos Cinderela da minha vida: fui aprovada pra campanha, e no mesmo dia meu “padrinho” Mauro Freire me indicou pra Ford Models, onde estive durante quase 12 anos dos 13 que trabalhei como modelo. Trabalhei em Milão, Paris, Miami, NY, Capetown, Santiago, Buenos Aires… foi demais, uma carreira longa, sólida e muito feliz. Ralei demais, mas valeu muuuuito a pena!

RADAR URBANO - LEMBRO DE VER VC NA CAPA DA REVISTA RAÇA, NOS GRANDES DESFILES DO SPFW, FALE UM POUCO DESSA TRAJETÓRIA MAIS DO QUE BEM SUCEDIDA COMO MODEÇO? QUANTAS CAPAS FORAM? NA GRINGA QUANTOS EDITORIAIS? E AS TOP MARCAS QUE JA DESFILOU?
RADAR URBANO - ESSA SEMANA VI UMA ENTREVISTA SUA, ACHO QUE FOI A REDE TV, EM QUE FALAVA DA DIFICULDADE NO INÍCIO DE SER UMA MODELO NEGRA, COMO ERA?


RADAR URBANO - AI CHEGA A NOVELA…COMO FOI O CONVITE, VOCÊ JA TINHA EXPERIÊNCIA COMO ATRIZ? E O DIA-A-DIA DAS GRAVAÇÕES DECORAR TEXTOS…COMO LIDOU COM ESSA MUDANÇA DE ROTINA QUE ACHO QUE FOI BRUTAL…
Sou do time faz ao invés de falar. Por isso, algumas pessoas se surpreenderam quando me viram na TV. O que muita gente não sabe, é que eu já vinha me preparando pra isso há anos. E sem pretensão nenhuma. Sou movida a grandes paixões, e quando percebi que modelar não me fazia mais feliz, tive uma crise nervosa. Depois de 13 anos como modelo, fiquei sem chão, porque não queria mais, tb não queria trabalhar na minha área (me formei em marketing).
O Alexandre teve uma influência muito grande em tudo que esta acontecendo agora na minha vida!!! Ele me convenceu de que eu tinha que procurar um curso de interpretação, teatro, e que eu tinha que trabalhar com comunicação. E foi paixão a primeira vista!!! Me lembro até agora da sensação de pisar no palco pela 1ª vez. Sentir o coração acelerar, achar que não vai rolar, adrenalina a mil… Fora a ralação mesmo, estudar o texto a fundo, preparação corporal, fono… Posso dizer que estou completamente apaixonada por essa profissão. E, toda vez que gravo uma cena, sinto o coração acelerar, acho que não vai rolar e a adrenalina vai a mil. Amor, né?! A cada dia tenho fico mais convencida de que estou no caminho certo. Acabei de ser indicada ao prêmio de melhor atriz no troféu Raça Negra 2009. Isso no meu 1º trabalho! Motivo pra estudar ainda mais…
RADAR URBANO - VOU PERGUNTAR, CASO NAO QUEIRA FALAR ENTENDEREI…A MORTE DO DJ PRIMO, FIQUEI CHOCADO QUANDO ME LIGARAM POR VOLTA DAS 10HS DA MANHA ME CONTANDO, TNÃO BOTEI UMA FÉ…TINHA UMA REUNIÃO COM A ELZA COHEN NO DIA E ELA ME CONFIRMOU…PELA AMIZADE QUE EXISTE ENTRE NOS, FIQUEI PENSANDO COMO VC ESTARIA PREOCUPADO DE VERDADE, MAS SABIA QUE ALI ERA UM MOMENTO SEU…E HOJE O QUE PODE FALAR APÓS UM ANO DO FATO….
Difícil falar. Maioria das vezes desabafei escrevendo… Não quero me aprofundar no assunto. Cada dia é um dia… tem dia que parece que está tudo bem, tudo superado. E tem “aqueles” dias, quando vem tudo, tristeza, saudade, revolta. Odeio passar de coitada, mas é f$%! Enfim, cada um tem a cruz que merece carregar, com o peso que pode suportar. Se Deus quiz assim, quem sou eu pra falar alguma coisa??? Estou seguindo minha vida, fato! Mas o Alexandre foi o meu grande amor, no sentido mais amplo que essa palavra pode ter. Era amor de homem, de amigo, de filho, de pai, de irmão, de sócio. Mais o respeito e a admiração. Sou fã desse cara, e hoje procuro levar a vida da maneira que ele levava: com simplicidade. Ah, quero aproveitar e agradecer TODOS que de forma direta ou indireta, enviaram e enviam boas vibrações pra que eu possa prosseguir. Sério, obrigada de coração. Quem tem amigos tem tudo!
Isso também foi pesado… Depois do acontecido, fiquei quase 5 meses sem ouvir QUALQUER tipo de música. Logo eu, que antes de escovar os dentes já vou botando uma trilhazinha pra iluminar meu dia! Quando cansei de chorar, senti vontade de ouvir uma música… E antes de ouvir, me deu uma vontade ainda maior de ligar os tocadiscos… Foi muito louco, NUNCA tinha feito isso e acertei de 1ª… Equipamento funcionando, coloquei a 1ª musica depois de 5 meses: RUNNIN!!! Isso mudou minha vida, sério… Terapia pura! Toda vez que ficava muito triste, corria pras Technics e desabafava… O Alexandre tentou me ensinar algumas vezes, mas eu era ruinzinha hehehehe. Agora a parada é diferente, toco com a alma sabe? É um momento só meu, de trocar idéia, desabafar, ficar relax. Muitas vezes chego a ter amnésia, realmente não lembro o que toquei de tanta concentração. Se disser que tenho uma puta técnica, mentira. Mas, amor?!?! Vixi, tem de sobra!





RADAR URBANO - DE REPENTE PARA MUITOS VOCÊ COMEÇA A FAZER PARTICIPAÇÕES COMO DJ EM PEQUENAS FESTAS, PEQUENOS EVENTOS, GRANDES FESTAS E GRANDES EVENTOS AGORA…VOCÊ É AQUELA MENINA PRODÍGIO….QUE ONDE CHEGA MANDA MUITOOOO BEM…
COMO É SER HOJE DJ, DISCOS PRA TOCAR DEVE TER BASTANTE NÃO É? E ENSINAMENTOS TEVE DE UM DOS MELHORES??RADAR URBANO - COMO TEM SIDO A RECEPTIVIDADE DOS DJS?
Adorei “MENINA PRODIGIO” rsrs… As pessoas tem se identificado muito com meu som. Acredito na troca de energia (orange feelings) e isso tem funcionado demais, hahahaha. Nunca tive pretensão de virar DJ, mas foi o que aconteceu. Sempre fui pesquisadora, meu pai foi DJ nos 70, depois veio o monstro do PR!MO. Não fiquei com os discos, tô montando minha coleção. Tô tocando direto, graças a Deus, e tem sido sempre muito especial. Esse é um ambiente masculino, tanto que o elogio que eu mais ouço é “nossa, vc toca que nem homem” rsrsrs… Mas acho que a postura e o respeito, além do talento, tem o poder de abrir portas. Tenho sido muito bem aceita na cena, e tenho ouvido coisas positivas sempre, principalmente dos caras que eu admiro (não são poucos), que estão nessa há muito tempo. Agradeço os (as) DJs pela torcida a favor!! Toquei em NY, no Sutra e no dia seguinte encontrei o Babu tocando nesse mesmo lugar. Ele pra mim: que legal que vc ta discotecando!! poxa, fiquei sabendo que vc tocou aqui ontem, queria ter visto!!! wow, tô chocada até agora!!! rsrs Também acho maneiro quando a galera me manda músicas e pede opinião, pede pra tocar… Me sinto lisonjeada, respeitada. Da hora..

RADAR URBANO - O HIPHOP, COMO VC VÊ A CENA NACIONAL E INTERNACIONAL?
Não gosto muito de responder essa pergunta… O que tenho a dizer sobre o Hip Hop é, existem vários estilos. Respeito todos (apesar de não gostar de muitos) e acho patético, pra não dizer batido e ultrapassado, essa mania de eu sou o cara, meu estilo é f@#$, eu faço rap vc não… Não acho maneiro gastar energia com esse tipo discussão, mesmo porque dificilmente se chegará num consenso e o movimento é carente de união. Bora trabalhar o desapego e a intolerância, please?! No Brasil acho que estamos num momento muito bacana, finalmente tivemos uma “repaginada”, outras caras, outras vozes!!! Gosto disso. Em relação a DJ Pathy Dejesus, SÓ TOCO O QUE EU ACREDITO, O QUE EU GOSTO, O QUE POSSA TRANSMITIR BOA ENERGIA. Não me interessa se é amigo, inimigo, se tá no topo da Billboard… Tenho meu estilo, não vou abrir mão dele e respeito o estilo alheio.

RADAR URBANO - FALA AI AS 10 MAIS DO PLAYLIST DA DJ PATY JESUS?
As 10 mais é uma parada que estão me cobrando demais na internet!!! hahahaha… Acho muito legal as pessoas terem interesse em saber do que gosto. O problema quando se trabalha com emoção como eu trabalho, é que cada dia é um dia. As 10 mais de hj podem não ser as de amanhã…
Mas, vamos lá, não vou amarelar!!! hahahaha Vamos de clássicos pra ficar mais fácil…
10- SHOOK ONES PART II - MOBB DEEP
09- BE - COMMON
08- HANDLE YOUR B - GROUP HOME
07- DONT BE AFRAID - LEXICON
06- TAINTED - SLUM VILLAGE
05- SO FAR TO GO - J DILLA feat. Common & D’Angelo
04- THEY REMINISCE OVER YOU - PETE ROCK & CL SMOOTH
03- BAGGIN AND BOAST - SOUND PROVIDERS
02- TRAVELLIN MAN - MOS DEF
01- RUNNIN - PHARCYDE
Agora, no meu Ipod Dam-Funk é rei!!! hehehehe, completamente viciada. OUÇAM! (ESCUTEM AQUI - www.myspace.com/damfunk )





RADAR URBANO - E OS PLANOS PARA 2010? PASSARELAS, NOVELAS, CINEMA, PISTAS???
2010 já começou, né?! Bom, começo gravar novela nova agora em dezembro (!!!) e a personagem é incrível. Vai ser um super desafio. Minha parceira Isadora Ribeiro é fofa, acho que vamos nos dar bem juntas. Além disso, estou começando leituras, talvez role alguma coisa no teatro! Cinema vai rolar uma participação muito em breve… Estou me involvendo num projeto social com o Sanny Pitbull e a RedBull. No momento oportuno gostaria de falar a respeito. Que mais… Video clipe… minha mixtape…urbanwear… hahahaha, como disse FAÇO, DEPOIS FALO.

RADAR URBANO - DEIXE AI SEU SALVE PARA NOSSOS INTERNAUTAS….
Gostaria de agradecer a Deus por me provar a cada dia o quanto sou abençoada. Agradecer meu anjo da guarda por estar tão perto, e interferindo tão intensamente na minha vida (AML 4eva) Agradecer ao RadarUrbano, especialmente ao Freitas (meu amigo de milianos) pelo espaço. Agradecer a família, aos amigos, aos simpatizantes… toda energia boa é benvinda! Agradecer aos que desacreditam também, porque isso é um estímulo daqueles.
As adversidades estão aí pra serem superadas. Nas maiores delas estão as maiores oportunidades de evolução, de crescimento. Hoje sou profissional em transformar o que a princípio pode parecer desgraça, em experiência de vida. Assim se constrói uma fortaleza! E ae, da vida a gente não leva NADA. Só deixa.
“my best orange feelings for yall” e vejo vcs no INDIE!
paz.
PATHY DEJESUS
fonte:radar urbano

Busta Rhymes no Brasil

Dia 05 de dezembro tem show do Busta Rhymes, direto de Nova Iorque para São Paulo. A discotecagem vai ficar por conta do consagrado Dj Cia e Dj Paty de Jesus (viúva de Dj Primo). A festa marca a inauguração da nova casa noturna, New York City Shows.

Manifesto - Dexter




Nós do Blog du Black sempre acreditamos na democracia, lutamos para isto. E com este pensamento e postura que, segue abaixo as palavras, ou melhor, o posicionamento de Dexter em relação ao Documentário Entre a Luz e a Sombra”.

Aos amigos; fãs; admiradores da verdade, transparência e justiça; e a quem mais possa interessar.
Venho, através deste manifesto, me posicionar em relação à produção do longa metragem “Entre a Luz e a Sombra”, dirigido por Luciana Burlamaqui, que irá estrear no dia 27 de novembro de 2009.
Estou aqui não para censurar todo e qualquer tipo de ilustração a respeito de minha história e de meu trabalho, mas não posso concordar e apoiar aquilo que desconheço. Meu único contato com a obra finalizada foi a sinopse do mesmo que não me passou o que me foi proposto quando aceitei que gravassem imagens minhas para o referido documentário. Pela sinopse entendo que o foco apresentado no início da proposta, adotou outro rumo. A intenção era que o mesmo mostrasse que a recuperação do ser humano que se encontra privado de sua liberdade é totalmente possível, desde que a própria pessoa se interesse por sua vida e seu futuro. E não relações humanas individualizadas, com temáticas corriqueiras a qualquer programa comercial de TV. (isso obviamente baseado no pouco material que tive contato). Com certeza isso não faz parte dos meus objetivos.
Reconheço as dificuldades presentes em trazer este material para minha apreciação, já que ainda me encontro privado de minha liberdade, porém não vi disposição por parte da produção em possibilitar este momento. Disposição esta que não faltou na época em que precisaram gravar as imagens, o caminho das pedras sempre foi o mesmo, o que mudou foi o interesse.
Tendo em vista estas dificuldades procurei também possibilitar que meu assessor de comunicação (Sr. Eduardo Bustamante) assistisse o referido documentário para que ele pudesse passar uma posição mais concreta sobre o enredo retratado, mas isso também me foi negado com a alegação de que a distribuidora não permitia a exibição do mesmo para qualquer pessoa antes de seu lançamento oficial. Porém mais uma vez a contradição se faz presente, já que outros que nem se quer são protagonistas da história já assistiram.
Como não recebi um retorno formalizado diante de minha solicitação, registrando a posição da produção do filme, decidi me manifestar, oficialmente, frente a esta questão.
Responsabilizo-me totalmente por tudo aquilo que eu disse e fiz nas referidas imagens, porém não posso atestar, nem legitimar a intenção e/ou forma com a qual este material foi editado.
É bem verdade que cedi o direito de uso da minha imagem para esta produção e utilizando do meu direito de me expressar livremente e também o fato de ser um dos protagonistas da história, digo que não acho justo desconhecer o produto final, isso é inadmissível. Sem contar o desconhecimento total do orçamento, honorários, patrocínios e apoios, lembrando que não recebi cachê para isto. Logo mais o filme estará nos cinemas e, diga-se de passagem, com destaque em salas de pouca circulação do povo da periferia, ou seja, lugares de difícil ace$$o para os que realmente deveriam assistir. Onde está a lógica? Obviamente alguém irá ganhar algo com isso e sinceramente não estou incluído.
Em respeito a minha família, meu trabalho, minha vida pessoal e minha VERDADEIRA história, fica registrado aqui meu manifesto acerca do assunto.
“Sentar à mesa e te assistir jantar não fará de mim uma pessoa que também esteja jantando”
Sem mais para o presente.
PS- Maiores esclarecimentos com meu assessor de comunicação:
Eduardo Bustamante (periferiasoberana@gmail.com)


Dexter

Bate papo na UERJ sobre militância negra


Em conjunto com a comemoração do Dia Nacional do Samba, propomos a realização de um colóquio onde discutiremos a história da cultura musical negra brasileira, que contará com a presença de pesquisadores renomados, além de artistas do mundo do samba.

Durante cinco dias estaremos discutindo os saberes que foram/são construídos a partir da Diáspora Africana no Brasil. Saberes que foram trazidos nas memórias dos corpos e das vozes dos sujeitos pertencentes às culturas dos Umbundus, Ovimbundus e Congos.

Esses povos Bantus, além do semelhante nível linguístico, mantiveram uma base de crenças, rituais e costumes muito similares, desenvolvendo uma cultura homogênea que se faz presente no cotidiano dos brasileiros. Indo na contra-mão de uma corrente que destaca o exotismo africano e que insiste em considerar iorubas como sinônimo de africanidade, pretendemos discutir a história desses ancestrais esquecidos que, seqüestrados da África Central, foram levados para a Argentina, Peru, Colômbia, Peru, Uruguai, Suriname, Brasil, Caribe, EUA e Canadá, participando da construção da história do continente americano.


Festival de Dança Afro


Entre a Luz e a Sombra


TRÊS DESTINOS QUE SE CRUZAM NO MAIOR PRESÍDIO DA AMÉRICA LATINA
UMA CÂMERA QUE ACOMPANHA ESTA HISTÓRIA POR SETE ANOS
UM BRASIL QUE SE REVELA ENTRE O ENCANTO E O DESENCANTO HUMANO

ENTRE A LUZ E A SOMBRA (150 min)

SINOPSE (resumida): O documentário investiga a violência e a natureza humana a partir da história de uma atriz que dedica sua vida para humanizar o sistema carcerário, da dupla de rap 509-E formada por Dexter e Afro-X dentro do Carandiru e de um juiz que acredita em um meio de ressocialização mais digno para os encarcerados. Durante sete anos, a partir do ano 2000, o documentário acompanha a vida destes personagens.

PERSONAGENS


Sophia é uma atriz de classe média alta que abandonou uma promissora carreira para lutar pelo sonho de humanizar o sistema carcerário. Aos 18 anos começou a ensinar teatro a presos do Carandiru e permaneceu como voluntária por mais de 20 anos no sistema carcerário. O projeto que começou como “Teatro nos Presídios” cresceu e transformou-se em “Talentos Aprisionados” voltado para a descoberta de novos talentos no presídio em diferentes atividades artísticas como: literatura, artes plástica, música etc.

Marcos e Christian cresceram no mesmo bairro da periferia pobre de São Bernardo do Campo na grande São Paulo. Entraram na vida do crime, passaram por diferentes prisões e foram se reencontrar no maior presídio da América Latina, o Carandiru. Marcos, 27 anos, condenado a 17 anos de prisão por um homicídio e sete assaltos a mão armada. Christian, 27 anos, condenado a 14 anos de prisão por dois assaltos à mão armada e um estelionato. Dividindo a mesma cela, os dois formaram o grupo de rap 509-E, número da cela deles. Marcos transformou-se em Dexter e Christian em Afro-X. Suas músicas falam sobre o mundo do crime, o desejo de abandoná-lo, a busca pela paz e pela valorização do jovem negro e pobre brasileiro.

O ENCONTRO

No ano de 1999, Sophia desenvolvia seu projeto “Talentos Aprisionados” no Carandiru e descobriu o grupo de rap 509-E. Impressionada com as letras e o talento musical do grupo, conseguiu uma gravadora que lançou o CD “Provérbios 13”. Para promover o CD, a atriz conseguiu uma autorização judicial inédita para que divulgassem o trabalho fora do Carandiru, desde que voltassem todos os dias para a prisão.

“Entre a Luz e a Sombra” tem seu ponto de partida no momento em que o destino destas três pessoas cruza no presídio. O grupo começa a sair quase que diariamente do Carandiru e faz sucesso em toda a periferia de São Paulo. A partir do ano 2000, o documentário acompanha dia após dia as saídas e o trabalho desenvolvido pela atriz. Ela se torna empresária deles e sua vida passa a girar em torno da agitada rotina do grupo dentro e fora da prisão.
Mostramos o percurso de Sophia para humanizar o sistema carcerário, usando como um dos exemplos a história do 509-E. A música do grupo torna-se conhecida e recebe vários prêmios. Dexter e Afro-X tornam-se a ídolos da juventude pobre de São Paulo.
O projeto inicial de um mês de gravação se estende por mais sete meses consecutivos acompanhando diariamente os passos destes personagens envolvidos, com atualizações pontuais num período de 7 anos. Acompanhamos as saídas do 509-E para shows, tardes de autógrafo, entrevistas em TVS, encontros com adolescentes da FEBEM, eventos beneficentes, além do reencontro com suas famílias e com a realidade do lado de fora do Carandiru.

A temática da prisão, do crime, da violência, da reintegração social extrapola para o encontro de classes sociais distintas e as mais difusas contradições do ser humano na busca de seus ideais.


FORMATO

Com uma câmera digital na mão e uma equipe de uma única pessoa, “Entre a Luz e a Sombra” acompanha, dia após dia, as saídas do grupo 509-E e o trabalho social e artístico desenvolvido no Carandiru pela atriz Sophia Bisilliat. A câmera torna-se testemunha dos acontecimentos, observadora, ficando em alguns momentos esquecida e quase invisível aos personagens. As interferências acontecem, em alguns momentos, através de questões lançadas pela autora.
A combinação da equipe pequena e uma câmera digital discreta e dinâmica proporcionou ao filme uma linguagem mais informal, construiu uma relação mais intimista com seus personagens, captando a personalidade deles em seus simples cotidianos.
A idéia foi realizar uma documentação mais empírica, intuitiva, onde grande parte dos registros foi realizada sem previsão, sem predeterminação do que poderia acontecer no dia-a-dia dos rappers e da atriz, cobrindo os mais diversos acontecimentos, como os encontros com a gravadora, com a mídia, família, amigos, representantes do sistema prisional e da justiça e a descoberta da fama. A história foi contada a partir dos próprios personagens e dos fatos que marcaram seus destinos dentro e fora da prisão.

FICHA TÉCNICA:

Produção Executiva: Luciana Burlamaqui
Câmera, Áudio, Roteiro, Direção: Luciana Burlamaqui
Produtores Associados: Daniel A. Rubio, Matias Lancetti, Renata Carneiro
Edição: Matias Lancetti, Luciana Burlamaqui, Daniel A. Rubio
Edição de Som: Vox Mundi/Juvenal Dias
Finalização de Imagem: Módulos
Arte: Bijari
Site e Arte (material promocional): Adriana Aranha
Trilha: Marcus Viana
Produção: Zora Mídia
Distribuição: VideoFilmes
Trilha do Trailer: Marcus Viana, DJ Toni

Helio Costa quer “anistiar” ilegalidades praticadas por Roberto Marinho nas concessões de TV


Reportagem publicada ontem na Folha revela a ponta do iceberg das relações perigosas entre o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e sua antiga empregadora, a TV Globo, em manobra destinada a acobertar diversos crimes cometidos à época em que Roberto Marinho comandava o maior grupo de comunicação do País.A matéria, assinada pela repórter Elvira Lobato, mostra que, “SEM CHAMAR A ATENÇÃO”, tramita no Senado um projeto de lei de autoria do atual ministro que propõe diminuir o controle do Estado e do Congresso sobre a venda de emissoras de rádio e TV. O projeto entraria em pauta anteontem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas a votação foi adiada para a semana que vem.Desde 1962, é obrigatória a aprovação prévia do presidente da República para a venda do controle acionário de emissoras de TV, assim como a autorização do ministro das Comunicações para a venda de rádios. A partir de 1988, tornou-se obrigatória também a aprovação prévia por Câmara e Senado.A proposta de Costa prevê que empresas que mudaram de controle acionário sem a aprovação prévia POSSAM REGULARIZAR A SITUAÇÃO, SEM PENALIDADE.
TV Globo será a grande beneficiáriaEste projeto tem o objetivo claro de BENEFICIAR A TV GLOBO, a única grande rede que mantém no ar diversas emissoras com base em concessões irregulares, cuja titularidade vem sendo contestada na Justiça, como no caso das TVs Globo de São Paulo, Recife e Bauru, que tiveram seu controle assumido por Roberto Marinho mediante um contrato nulo de pleno direito.Costa apresentou o projeto, como senador, em 2005, exatamente três anos depois da abertura de um importante processo movido contra Roberto Marinho pela família Ortiz Monteiro, no qual é denunciada a ilegalidade da transferência da concessão da TV Globo de São Paulo (principal emissora e RESPONSÁVEL POR MAIS DE 50% DO FATURAMENTO DA REDE). Logo depois, Costa assumiu o cargo de ministro.Em 2006, o projeto foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado, onde o relator foi Edison Lobão, atual ministro das Minas e Energia, cuja família é proprietária de rádios e TV no Maranhão.Costa propõe que as rádios com potência de até 50 KW e as emissoras de TV que não são cabeças de rede (como as TVs Globo de São Paulo, Recife e Bauru) possam não somente ser vendidas sem autorização prévia do Poder Executivo e do Congresso, desde que não possuam acionista estrangeiro, mas TAMBÉM TER SUAS CONCESSÕES ILEGAIS AUTOMATICAMENTE VALIDADAS.As emissoras teriam apenas que comunicar a troca de controle ao Executivo, no prazo de 45 dias a contar do registro da venda na junta comercial ou no cartório de pessoa jurídica.
Governo perde o poder de fiscalizarA reportagem de Elvira Lobato diz que “uma das restrições à proposta está em que a legislação impõe limites à concentração de propriedade de rádio e TV. Para especialistas, o projeto reduz o poder do governo de fiscalizar”. Para a organização não-governamental Coletivo Intervozes, o projeto diminui o poder do Congresso de fiscalizar a radiodifusão, anistia empresas que mudaram de dono ilegalmente e reduz a transparência.A jornalista da Folha assinala que “o projeto tramitou no Senado, sem chamar a atenção, até entrar na pauta da CCJ, onde seu relator é o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), acionista da TV Bahia, afiliada da Globo, e defensor do projeto de Hélio Costa”.Costa afirmou que continua favorável ao projeto. Na exposição de motivos enviada ao Senado, alegou que a regulamentação da radiodifusão é da década de 60 e não condiz mais com as necessidades do setor.A proposta defende ainda que as empresas sejam desobrigadas de enviar anualmente ao governo o comprovante de seu quadro societário.Diz Elvira Lobato que, segundo a Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e de Televisão), a proposta tem prós e contras: “Reduz a burocracia, mas pode propiciar negociações em desacordo com a lei”. O quê? A Abert está contra a família Marinho? Então, já não se fazem Aberts como antigamente.
***PS- O vergonhoso projeto em nada aliviará a situação dos filhos de Roberto Marinho no litígio com a família Ortiz Monteiro, vez que, nesse caso, não houve transação comercial alguma, mas escancarado apossamento das ações de todos os 670 acionistas, majoritários ou não, via documentação anacrônica e falsificada, como afiançado pelo Ministério Público Federal e pelo Instituto Del Picchia de Documentoscopia. COMO O NEGÓCIO INEXISTIU, não há como legalizar as transações ilegais e irregulares que dele derivaram.PS2- Como se vê, o ministro Helio Costa não mede esforços para beneficiar a Organização Globo. Seu projeto é altamente estratégico e vital para o grupo, porque A FAMÍLIA MARINHO NÃO CONSEGUIU PROVAR NA JUSTIÇA ter adquirido legalmente a TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo), e o processo movido para declarar a inexistência do negócio está prestes a ser julgado, em caráter definitivo, pelo Superior Tribunal de Justiça.PS3- A desfaçatez do ministro Helio Costaé tamanha que ele chega a ponto de se colocar acima da lei. Deu ordens no Ministério para que ninguém tenha vista aos processos administrativos que envolvem as concessões da TV Globo (E QUE SÃO PÚBLICOS E ACESSÍVEIS POR QUALQUER CIDADÃO). Que Republica!
fonte: tribunadaimprensa.com.

Políticas públicas e a questão quilombola



Ocorreu em Montes Claros, entre os dias 28 e 30 de outubro, o “Seminário Integrado de Políticas para Comunidades Quilombolas”, realizado pela SEPPIR. Foram convidados para este evento: lideranças das comunidades quilombolas mineiras, gestores públicos municipais e representantes de algumas organizações do 3º. Setor.
O Seminário tem uma proposta interessante que é a de apresentar um conjunto de políticas públicas que podem ser acessadas por comunidades quilombolas. Este evento deve se repetir em outros 4 estados que foram priorizados pela SEPPIR, segundo informações dos realizadores, pelo maior número de comunidades reconhecidas, sendo eles: Maranhão, Bahia, Pernambuco e Pará. A abertura contou com a presença do Ministro Edson Santos, da SEPPIR e de Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social.
Apesar do nome “seminário integrado de políticas”, as políticas apresentadas foram basicamente vinculadas a apenas 3 ministérios, Saúde, Educação e Desenvolvimento Social. Das ausências, uma foi especialmente sentida, a do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em 3 dias de discussão, nada se falou de prático sobre a regularização fundiária dos territórios quilombolas, apesar das faixas da Federação Quilombola Mineira que exigia a regularização imediata das mais de 100 processos abertos junto ao INCRA-MG. Por parte do governo, os únicos a mencionar a questão, os ministros, em seus discursos de abertura, falaram sobre a importância de tal regularização, indicaram a dificuldade deste processo, inclusive pelo questionamento do decreto 4887 de 2003 junto ao STF, ou seja, “choveram no molhado”. Ao final, tangenciaram o assunto sem indicar possibilidades de solução para a questão. Também fora mencionada a “mítica” reunião de cobrança do presidente Lula pela aceleração da regularização fundiária, tão divulgada pelas nossas listas de e-mails, mas os resultados obtidos continuam os mesmos, a questão continua emPACada.
A impressão que se tem é que o governo não pretende atuar de forma significativa na questão antes da eleição de 2010, ou seja, deve continuar tudo “à banho maria” para o próximo governo. Diante das opções de forças políticas que se apresentam com maiores possibilidades de se elegerem, dificilmente a regularização fundiária de comunidades quilombolas se desenvolverá por boa vontade pública, sem pressão social.
Pelas palavras do Ministro Edson Santos, a questão de regularização fundiária ocorrerá com “muita responsabilidade”. Mas que responsabilidade é esta que pela omissão deixa milhares de famílias em situação precária de subsistência e risco de vida diante do pouco acesso aos bens e políticas públicas e até mesmo expostos a situações de conflito agrário em seus territórios? Em um dos momentos do evento, quando se discutia uma política de acesso a “sementes crioulas”, uma liderança da comunidade da Lapinha perguntou: E nós vamos plantar estas sementes aonde?
Outra questão perceptível é a dificuldade em dar um contorno mais focalizado, no atendimento às comunidades quilombolas, em políticas públicas generalistas. Em um dos casos apresentados, o programa “Minha Casa, Minha Vida”, o fato da comunidade ser quilombola parece criar mais burocracia do que facilidades, pois, além da comprovação de adimplência do beneficiário particular (da família a ser beneficiada), há todo um processo que passa pela associação da comunidade, algo que não existe para os beneficiários não quilombolas.
Outra ausência sentida foi a de representantes do Governo do Estado de Minas Gerais, o que nos deixa uma questão, foi por falta de convite ou por omissão mesmo? Falando em omissão, se formos considerar os 5 estados priorizados por esta atuação da SEPPIR, ou seja, os 5 estados com maior números de comunidades quilombolas reconhecidas, Minas Gerais é um o único que tem se omitido em discutir, de forma propositiva, políticas públicas para as comunidades quilombolas. Segundo o secretário do Instituto de Terras de Minas, Manuel Costa, “por falta de pressão política do movimento”.
Como dissemos antes, consideramos a proposta do seminário interessante por permitir um maior acesso à política pública, mesmo que pelo acesso a informação, destas lideranças quilombolas, além de criar uma agenda pública nos municípios, mas muito tem que se avançar para garantir um acesso mais igualitário dos quilombolas mineiros às políticas públicas, principalmente ao acesso a seu território que deveria ser a política transversal quando se trata de populações tradicionais.
Fonte: Quilombos - http://quilombos.wordpress.com

Meu VI FOPPIR - fórum pela promoção da igualdade racial

Neste ano de 2009, o VI FOPPIR (fórum pela promoção da igualdade racial) foi realizado em Ponte Nova no período de 30/10 (aniversário de Ponte Nova), 31/10 e 1º/11 e contou com a participação de mais de 200 pessoas vindas de diferentes regiões de Minas Gerais. O tema do evento foi o Estatuto da Igualdade Racial Aprovar para garantir os direitos.
Eu - Johnny Black, o único representante da região do Triângulo Mineiro e que participava deste Fórum pela primeira vez, logo que cheguei a cidade por volta das 9:30 da manhã de sexta-feira fui surpreendido por tamanha atenção e carinho dedicada a mim de todos os membros da coordenação do FOMENE (fórum mineiro de entidades negras) que ali estavam na porta daquela escola, Mariana da Silva Souza ou Mariana Ganga Zumba - Coordenadora da Juventude estava em extase por não acreditar que eu estava lá pra participar deste evento.
Mais tarde, Maria José e Ivanilda delegaram a tarefa para que junto com Hellen escrevessemos a carta que no dia seguinte seria entregue ao reitor da universidade de Viçosa, dizendo a importãncia deste VI FOPPIR e o posicionamento do movimento negro no que tangue a luta por mais igualdade racial e reparação material aos povos não brancos.
A noite chegou e logo foram chegando as últimas cidades participantes, ao fundo ouviasse o som regional do músico Farinhada que mais tarde daria lugar a um grupo de samba local que tocaram músicas de primeira qualidade até a hora de todos partirem para seus hotéis.
Na manhã seguinte nos dirigimos ao colégio Salesiano onde deram ínicio com uma mística maravilhosa apresentada pelos membros participantes da cidade de Governador Valadares, muito show a mística! Dava pra sentir a energia positiva pairando no ar e desejando a todos um otimo inicio de dia super cheio de atividades.
À tarde começaram as oficinas temáticas; eu é claro, participei da oficina da juventude negra coordenada por Juliano que foi muito boa para todos.
A noite foi ótima, estavámos todos em um espaço que me lembrou uma de minhas idas a Cidade de Deus no Rio de Janeiro - Mas lá estava na periferia de Ponte Nova, curtindo o super sonzaço da banda "Ganga Show", uma maravilha de som, minha camiseta ficou toda molhada de tanto pular, dançar e cantar muitos sucessos da nossa MPB - Música Preta Brasileira ladeado de belas negras, uma mais linda que outra, poucas vezes ví tanta gente bonita por metro quadrado!
Na manhã de domingo tivemos a presença do reitor da UFV no Salesiano proferindo a todos presentes quão grande é sua experincia para estar a frente da universidade e o que pode contribuir para diminuir esta lacuna existente na educação do povo afro-brasileiro, confesso a todos vocês que fiquei muito impressionado com os posicionamentos e conhecimentos do reitor em relação ás políticas públicas internacionais e nacionais, ele se demonstrou muito competente e "mente aberta" em relação a questões que muitos ainda preferem deixa-las em seus porões e senzalas, depois de sua esplanação houve um intenso e imenso debate mas confesso que ninguém o questionou sobre os programas de educação continuada dirigido às comunidades Quilombolas e me entristeci pois quando me levantei para fazer tal questionamento deram por encerrado as perguntas, mas tudo bem! Depois disto ainda me restou ficar um pouco feliz porque me lembrei que na carta entregue ao reitor continha a palta sobre os quilombolas.
Neste mesmo dia tivemos os grupos de trabalho dos mais diversos assuntos e gostos afros, desde culinária a comunicação e rádio coordenado por Eloá.
Meu cabelo estava black power e como tinha que viajar mais tarde deixei a missão de trançá-lo para Luciana de Governador Valadares, que o deixou muito bom. Próximo as 15:00 hrs de domingo eu e Juliano de Montes Claros nos despedimos de todos e saimos sentido a rodoviaria para dar ínicio a nossa partida para mais uma cidade deste Brasil maravilhoso.
Digo a todos vocês que, participar do VI FOPPIR foi uma experiência ímpar não só pelo motivo de conhecer novas pessoas ou estreitar vínculos de velhas amizades, mais pelo motivo de aprender, compartilhar, conhecer e compreender melhor a verdadeira história do povo negro brasileiro e o quanto posso contribuir para o nivelamento, empoderamento de conhecimento de jovens pretos como eu que estão espalhados pelas periferias não apenas de Minas Gerais mais do meu Brasil.
Afrobjos,Johnny Black