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Conferência Mundial de Juventude 2010

Beyoncé, a pista Vip e o racismo institucional

Por Jocélio Teles dos Santos - via e mail
Na madrugada do dia 10 de fevereiro um dos canais de televisão pagos projetou o filme O Homem Errado de Alfred Hitchcok (1956). Trata-se de um músico de uma casa noturna (interpretado por Henry Fonda), religioso, casado, de vida pacata e que é confundido, acusado e preso pela polícia americana por um crime que não cometeu. Ao ver o filme eu me perguntei: e se o personagem fosse de cor na sociedade americana de antanho ou na atual sociedade brasileira? Qual seria o roteiro e o desfecho? A resposta veio em menos de vinte e quatro horas.
Provocado pela mídia me desloquei com um amigo para o show de Beyoncé no Parque de Exposições em Salvador. Havíamos comprado ingressos para a pista Vip no intuito de uma visão ideal do show da mega estrela. E esta área estava restrita a quem pagasse R$370,00 por cabeça. Enquanto assistíamos ao show de Ivete Sangalo deparei-me com um fato que exemplifica o racismo institucional.

Uma guarnição da Polícia Militar abruptamente abordou o meu amigo, circundando-o e já levando-o de modo truculento, sem nada perguntar, segurando-o pelo braço por trás, pela camisa, na costumeira fila, dita indiana, da corporação do Estado. Ao me aproximar para saber o que estava acontecendo, os soldados me afastaram e não tive outra alternativa que acompanhá-los no meio da fileira, mesmo falando que estávamos juntos e procurando saber do que se tratava. A resposta do corpo policial traduziu força e ameaça, mesmo que implícita, sem nenhum texto, a não ser o gestual, demonstrando que não há verbo capaz de estabelecer um possível diálogo entre sujeitos que detém e os que devem ser alijados de alguma relação com quem personifica o poder.
O meu amigo estupefato não reagiu. Foi levado para um canto da pista VIP, próximo aos holofotes e humilhado pela revista policial, como se estivesse cometido um delito. Sendo obrigado a mostrar a carteira de identidade, teve que dizer onde residia e, por fim, após a crueldade de todo o rito da PM, ouviu a seguinte frase do responsável pela guarnição: “houve um roubo aqui na área VIP e soube que a pessoa era do seu estilo”. Qual estilo, cara pálida? Respondo: o da cor/raça. Meu amigo é negro retinto.
A área VIP era formada majoritariamente por indivíduos de classe média e branca. Se comparada com a área de pista mais barata – preços no valor de 80,00 e R$160,00 – ali havia uma proteção policial considerável, mesmo sendo uma área cara, reservada e sem grande fluxo de pessoas. Durante o evento havia sempre duas guarnições. A lógica da distribuição policial em espaços de eventos elitizados parece obedecer a critérios. Quais? Procuremos os sentidos implícitos, já manifestos a distribuição desigual da PM na capital soteropolitana.
Diante desse fato de racismo explícito, o que dizer dos olhares das pessoas diante de tal brutalidade? Mesmo que elas estivessem freneticamente dançando ao som de Sangalo, não houve reações, o que demonstra a subjetividade e a introjeção do racismo na sociedade brasileira. Ao ver um negro sendo levando por policiais, mesmo ele estando na área VIP, algo que indica um diferencial em termos de classe, um sentimento de proteção emana das cabeças ali situadas. A naturalização do racismo – uma pessoa negra sempre é suspeita – associa-se aos que imaginam estarem sempre protegidos pela corporação militar.
Exemplos como esse abundam no país. O diferencial é que foi na ala VIP de um show. Lembro-me que no debate sobre as cotas raciais nas universidades os que eram contrários insistiam em dizer que no Brasil é difícil definir quem é negro. A resposta dos ativistas atualizou-se na área VIP para ver Beyoncé: “pergunte a polícia e ela saberá”.

Uganda pode aprovar lei que permite pena de morte aos gays

Caros amigos,

o parlamento da Uganda está pronto para passar uma lei que permite a condenação e gays a prisão ou pena de morte - Vamos gerar uma resposta global para acabar com esse projeto de lei brutal:

O parlamento da Uganda está se preparando para passar uma nova lei brutal, que punirá gays com sentenças de prisão e até pena de morte.

Críticas internacionais levaram o presidente a pedir uma revisão da lei, mas após forte lobby por extremistas, a lei parece estar pronta para votação -- ameaçando gerar perseguição e derramamento de sangue.

Oposição à lei está crescendo, inclusive da Igreja Anglicana. O ativista de direitos gays na Uganda, Frank Mugisha, diz que "Esta lei nos colocará em grande perigo. Por favor, assine a petição e diga a outros para se juntarem a nós. Caso haja uma grande resposta global, nosso governo verá que a Uganda será isolada no cenário internacional, e não passará a lei".

É esperado que uma decisão seja tomada nos próximos dias, e só uma onda de pressão global será suficiente para salvar Frank e muitos outros. A petição global para impedir a lei de morte para gays já ultrapassou 340.000 assinaturas em menos de uma semana, clique abaixo para assinar e depois divulgue:

http://www.avaaz.org/po/uganda_rights_3/?vl

Essa petição será entregue esta semana ao Presidente Museveni e o parlamento da Uganda até o final desta semana por líderes da sociedade civil e religiosos. O governo já desautorizou uma marcha por extremistas anti-gay esta semana portanto isto mostra que a pressão internacional está funcionando!

A lei propões prisão perpétua para qualquer um acusado de ter uma relação com alguém do mesmo sexo, e pena de morte para quem cometer esse "crime" mais de uma vez. ONGs que trabalham para impedir maior contaminação por HIV podem ser condenadas a até 7 anos de prisão por "promover homossexualidade"
. Outras pessoas podem ser condenadas a até 3 anos de prisão por deixarem de avisar as autoridades da existência de atividades homossexuais dentro de 24 horas!

Quem apoia o projeto de lei diz defender a cultura nacional, mas uma das maiores oposições vem de dentr do próprio país. O Reverendo Canon Gideon Byamugisha é um dos muitos que nos escreveram - ele disse que essa lei:

"Está violando a nossa cultura, tradição e valores religiosos que não apoiam intolerância, injustiça, ódio e violência. Nós precisamos de leis para proteger as pessoas, não para perseguí-las, humilhá-las, ridicularizá-las e matá-las em massa."

Ao rejeitar essa perigosa lei e apoiar a oposição nós podemos ajudar a criar um precedente crucial. Vamos ajudar a criar um apoio em massa aos defensores de direitos humanos na Uganda, e salvar a vida de muitos ao impedir que essa lei passe -- assine agora e avisa seus amigos e familiares:

http://www.avaaz.org/po/uganda_rights_3/?vl

Com esperança e determinação,

Alice, Ricken, Ben, Paul, Benjamin, Pascal, Raluca, Graziela e toda a equipe Avaaz

BBB 10 - Por UM Milhão e meio de Bacharias

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. A casa dos heróis?, como são chamados por Pedro Bial. Sou radicalmente contra esta banalização humana ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE. Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um zoológico humano divertido? . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os animais? do zoológico?: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, aquela do bundão, a não sou piranha mas não sou santa?, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Confesso que pela décima vez me senti chateado porque pude comprovar que os negros estão longe de vencer. Mas também acredito que a rede Globo não serve de vitrine para a realidade e participação de modo positivo dos negros brasileiros.

Basta observar como anda a vida da maior personagem da teledramaturgia do horário nobre. Em Viver a Vida a personagem Helena de Manoel Carlos vive sofrendo, foi a primeira mulher a ser traída nesta novela, sem falar nos inúmeros pedidos de desculpas. Nas redes de relacionamento está chovendo de comunidades com o nome “Eu odeio a Helena”.

Em um seminário que me encontrei com o grande e ilustre Milton Gonçalves ele me disse que a Globo não serve de exemplo vida pra ninguém, não conseguindo transmitir para os lares o Brasil como ele é. Um país majoritariamente negro.

Espero um dia ver os pretos/as não apenas vencedores deste programa, mais sim vencedores na vida.mais deixe-me voltar a minha reflexão sobre o BBB.


Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados..

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o escolhido receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores )

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um artigo de Jabor, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

O Poder

Por: Márcio Luiz - via e-mail


Tentando entender o porque há tanta diferença social, cheguei à algumas conclusões e questionamentos.
A elite vive das custas dos camponeses e operários, através de arrecadação de taxas, impostos, dízimos voluntários (igreja), etc. A elite não quer perder seu poder nunca (é obvio), mas para se manter no poder há uma série de coisas a serem feitas, a saber:

O Estado precisa se legitimar e conseguir apoio dos camponeses e classe operária, para justificar e praticar suas ações, para se manter no poder é claro. Sendo assim a elite usa uma estratégia muito comum que é o uso de símbolos religiosos dentro do Estado, pois todo ser humano tem uma necessidade e as vezes até física de acreditar e cultuar alguém ou alguma coisa (força maior).

A religião é comum usada para manter a ordem, assim como a força militar. A religião ainda tem grande poder para manter a ordem. Mas já não dá mais para utilizar símbolos dentro de um Estado e sociedade industrial para manter a ordem e a elite no poder. Agora é mais comum controlar rebeliões, greves, manifestações e etc com ação militar. Uma greve pode causar sérios problemas na economia de qualquer país.

Nós vivemos num país “Democrático de Direito”, mas aqui surgiram alguns questionamentos:

País Democrático de Direito? Será que é mesmo Democrático?

Nós vemos que nem todos têm educação, sendo que a educação é um direito básico e constitucional de todos. Ai eu transcrevo uma frase para você:

“A natureza da sociedade industrial e da cidade industrial moderna precisa produzir a crença de que todas as pessoas estão envolvidas no controle do Estado. A interdependência e a complexidade da cidade moderna impõem tal ideologia.”
A discussão é sempre a mesma, falando a respeito da educação (tutela) do povo para a democracia, porém o governo nunca oferece recursos para realmente educar a maioria da população.

“Um camponês desarmado, ignorante e analfabeto não é uma ameaça ao Estado, (Robert Weaver Shirley, Antropologia Jurídica)”.

STF marca audiência sobre cotas nas universidades

Os movimentos sociais terão a oportunidade de se manifestar sobre a instituição de cotas para o ingresso nas universidades. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski convocou audiência pública para ouvir a sociedade civil sobre o assunto. O ministro é relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, proposta pelo partido Democratas (DEM), que questiona a criação de cotas para negros na Universidade de Brasília (UnB).

A audiência será de 3 a 5 de março de 2010, mas os interessados –especialistas em matéria de políticas de ação afirmativa no ensino superior– devem requerer a participação no período de 1º a 30 de outubro, pelo endereço eletrônico acaoafirmativa@stf.jus.br. Na requisição, precisam explicar os pontos que pretendem defender e indicar o nome de seu representante. A relação dos inscritos habilitados será publicada no portal eletrônico do STF a partir de 13 de novembro.

Histórico – No último dia 31 de julho, o presidente do STF, Gilmar Mendes, negou o pedido de liminar ajuizado pelo partido DEM para suspender a adoção das cotas pela UnB. "Embora a importância dos temas em debate mereça a apreciação célere desta Suprema Corte, neste momento não há urgência a justificar a concessão da medida liminar", afirmou Mendes. O caso será julgado no mérito pelo plenário da Corte.

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RECONHECIENTO, JUSTO… AINDA QUE TARDIO

Por: Juliano Gonçalves Pereira - via e-mail

É inegável reconhecermos que a cultura da história brasileira possui certa paixão e tendência para mártires. Ficamos empolgados quando temos acesso às biografias dos tidos heróis brasileiros que dedicaram suas vidas em favor da liberdade e da democracia, da consolidação de nossa identidade múltipla e da construção de um cenário brasileiro que respeitasse as características de Estado nacional. Aprendemos na escola a valorizar estes brasileiros e os reconhecemos facilmente nos livros por seus exemplos de luta resistência, perseverança e claro, vitória.



Tudo isso pode ser atribuído a Abdias do Nascimento, o único problema é que esse ícone é contemporâneo e Negro, o que torna entendível porque esse grande homem ainda não teve reconhecimento que merece no Brasil. Carlos Alberto Medeiros descreve no livro “”25 Anos do Movimento Negro”, que poucos brasileiros podem ostentar uma biografia tão equivalente como a de Abdias do Nascimento. Aos 92 anos temos no Brasil um arquivo vivo de incomparável valor. Natural de Franca/SP, carioca por adoção Abdias lutou na revolução constitucionalista de 1932; participou da fundação da Frente Negra Brasileira, instituição de imensurável importância para o povo negro brasileiro e sintomaticamente esquecida pela historiografia oficial; lutou contra a ditadura do estado novo, sendo preso em 1937 quando panfletava contra o regime autoritário do Estado Novo; fundou o Teatro Experimental do Negro em 1944 depois de se indignar com a peça O Imperador Jones que tinha como protagonista um homem branco pintado de negro, o movimento do teatro mudou o imaginário latino americano fazendo críticas e enfrentamento intelectual da forma como a sociedade mundial naquele período tratava os negros; diaspórico por militância e opção político existencial foi responsável por influenciar reflexões para o fim lutas importantíssimas para o mundo como o fim do aparthait na África do Sul e da segregação racial nos Estados Unidos. Inteligente, versátil, crítico e contestador entendeu que é movimentando que estruturamos as melhores ferramentas para acabar com o racismo, a discriminação e o preconceito racial no Brasil.



Pela arte quer seja na forma pictórica, ou pelo teatro, Abdias do Nascimento denunciou o racismo inseriu poder ao negro no imaginário brasileiro ainda na primeira metade do século XX, momento complicado para essa pauta na história, pois vivíamos o calor da expansão ideologia de democracia racial de Gilberto Freyre. Participou diretamente da luta O Petróleo é Nosso que resultou na criação da Petrobrás; foi perseguido pelo regime militar em 1964 tendo que se exilar nos Estados unidos e na África. Sua trajetória na carreira na política, como deputado federal, senador e secretário de estado também nos ensina de forma direta que democracia se faz com presença e participação. As iniciativas brasileiras de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial tem certamente influências concisas de Abdias do Nascimento.



A indicação do prêmio Nobel da Paz a Abdias do Nascimento certamente pegará muitos brasileiros e brasileiras de surpresa, negros e não negros, que provavelmente nunca ouviram falar desse homem. Mas bastarão buscar saber um pouco mais sobre a vida de Abdias e descobrirão seu legado de luta, vitória, inclusão sócio/racial, justiça e inteligência, que nos faz entender que a luta por um país justo e igualitário necessariamente precisa passar pela luta de combate ao racismo, ao preconceito e a discriminação racial, e que ainda podemos democratizar os espaços de discussão, quer seja político, educacional, religioso ou social para um debate horizontal e intelectual e assim consolidarmos a paz no Brasil na América, na África e no mundo.

Jornal da Band expõe a imagem de uma criança

Terça-feira, no “Jornal da Band”, foi ao ar uma matéria mostrando a preferência de algumas mulheres, que a partir de bancos de esperma preferem ter os seus filhos sem a obrigação de manter relacionamento com o sexo oposto. Até aí...
Acontece que num determinado momento foi mostrada uma mãe, com a criança de 3 a 4 anos no colo, entre outras coisas dizendo que como não tinha conseguido um homem, escolheu no banco de sêmen a filha que queria: ruiva, olhos negros e de pai estrangeiro – “na minha vida não apareceu um príncipe, apareceu um sapo. E já disse que ela não tem pai. Eu sou o pai e a mãe!”. Qual a necessidade de expor uma criança, visivelmente constrangida, desse jeito?Será que a mãe e a própria Bandeirantes têm o direito de escancarar assim a vida de uma pessoa? Será que alguém pensou nas consequências? Quem deve ter as respostas para tais e tantas outras questões é o Conselho Tutelar ou qualquer autoridade em zelar pelos direitos da infância e da juventude.Mas que não foi legal, com toda certeza, não foi.

A maldição branca...



No primeiro dia deste ano, a liberdade completou dois séculos de vida no mundo. Ninguém se inteirou disso, ou quase ninguém.


O Haiti foi o primeiro país onde se aboliu a escravidão. Contudo, as enciclopédias mais conhecidas e quase todos os livros de escola atribuem à Inglaterra essa histórica honra. É verdade que certo dia o império que fora campeão mundial do tráfico negreiro mudou de idéia; mas a abolição britânica ocorreu em 1807, três anos depois da revolução haitiana, e resultou tão pouco convincente que em 1832 a Inglaterra teve de voltar a proibir a escravidão.


Nada tem de novo o menosprezo pelo Haiti. Há dois séculos, sofre desprezo e castigo. Thomas Jefferson, prócer da liberdade e dono de escravos, advertia que o Haiti dava o mau exemplo, e dizia que se deveria "confinar a peste nessa ilha". Seu país o ouviu. Os Estados Unidos demoraram 60 anos para reconhecer diplomaticamente a mais livre das nações. Por outro lado, no Brasil chamava-se de haitianismo a desordem e a violência. Os donos dos braços negros se salvaram do haitianismo até 1888. Nesse ano o Brasil aboliu a escravidão. Foi o último país do mundo a fazê-lo.


O Haiti voltou a ser um país invisível, até a próxima carnificina. Enquanto esteve nas TVs e nas páginas dos jornais, no início deste ano, os meios de comunicação transmitiram confusão e violência e confirmaram que os haitianos nasceram para fazer bem o mal e para fazer mal o bem. Desde a revolução até hoje, o Haiti só foi capaz de oferecer tragédias. Era uma colônia próspera e feliz e agora é a nação mais pobre do hemisfério ocidental. As revoluções, concluíram alguns especialistas, levam ao abismo. E alguns disseram, e outros sugeriram, que a tendência haitiana ao fratricídio provém da selvagem herança da África. O mandato dos ancestrais. A maldição negra, que empurra para o crime e o caos.

Da maldição branca não se falou.


A Revolução Francesa havia eliminado a escravidão, mas Napoleão a ressuscitara:

- Qual foi o regime mais próspero para as colônias?

- O anterior.

- Pois, que seja restabelecido.
E, para substituir a escravidão no Haiti, enviou mais de 50 navios cheios de soldados. Os negros rebelados venceram a França e conquistaram a independência nacional e a libertação dos escravos.
Em 1804, herdaram uma terra arrasada pelas devastadoras plantações de cana-de-açúcar e um país queimado pela guerra feroz. E herdaram "a dívida francesa". A França cobrou caro a humilhação imposta a Napoleão Bonaparte. Recém-nascido, o Haiti teve de se comprometer a pagar uma indenização gigantesca, pelo prejuízo causado ao se libertar. Essa expiação do pecado da liberdade lhe custou 150 milhões de francos-ouro. O novo país nasceu estrangulado por essa corda presa no pescoço: uma fortuna que atualmente equivaleria a US$ 21,7 bilhões ou a 44 orçamentos totais do Haiti atualmente. Muito mais de um século demorou para pagar a dívida, que os juros multiplicavam. Em 1938, por fim, houve e redenção final. Nessa época, o Haiti já pertencia aos brancos dos Estados Unidos.

Nem Bolívar

Em troca dessa dinheirama, a França reconheceu oficialmente a nova nação. Nenhum outro país a reconheceu. O Haiti nasceu condenado à solidão. Tampouco Simon Bolívar a reconheceu, embora lhe devesse tudo. Barcos, armas e soldados lhe foram dados pelo Haiti em 1816, quando Bolívar chegou à ilha, derrotado, e pediu apoio e ajuda. O Haiti lhe deu tudo, com a única condição de que libertasse os escravos, uma idéia que até então não lhe havia ocorrido. Depois, o herói venceu sua guerra de independência e expressou sua gratidão enviando a Port-au-Prince uma espada de presente. Sobre reconhecimento, nem uma palavra.


Na realidade, as colônias espanholas que passaram a ser países independentes continuavam tendo escravos, embora algumas também tivessem leis que os proibia. Bolívar decretou a sua em 1821, mas, na realidade, não se deu por inteirada. Trinta anos depois, em 1851, a Colômbia aboliu a escravidão, e a Venezuela em 1854.


Em 1915, os fuzileiros navais desembarcaram no Haiti. Ficaram 19 anos. A primeira coisa que fizeram foi ocupar a alfândega e o escritório de arrecadação de impostos. O exército de ocupação reteve o salário do presidente haitiano até que este assinasse a liquidação do Banco da Nação, que se converteu em sucursal do City Bank de Nova York. O presidente e todos os demais negros tinham a entrada proibida nos hotéis, restaurantes e clubes exclusivos do poder estrangeiro. Os ocupantes não se atreveram a restabelecer a escravidão, mas impuseram o trabalho forçado para as obras públicas. E mataram muito. Não foi fácil apagar os fogos da resistência. O chefe guerrilheiro Charlemagne Péralte, pregado em cruz contra uma porta, foi exibido, para escárnio, em praça pública. A missão civilizadora terminou em 1934. Os ocupantes se retiraram deixando no país uma Guarda Nacional, fabricada por eles, para exterminar qualquer possível assomo de democracia. O mesmo fizeram na Nicarágua e na República Dominicana. Algum tempo depois, Duvalier foi o equivalente haitiano de Somoza e Trujillo. E, assim, de ditadura em ditadura, de promessa em traição, foram somando-se as desventuras e os anos. Aristide, o cura rebelde, chegou à presidência em 1991. Durou poucos meses. O governo dos Estados Unidos ajudou a derrubá-lo, o levou, o submeteu a tratamento e, uma vez reciclado, o devolveu, nos braços dos fuzileiros navais, à Presidência. E novamente ajudou a derrubá-lo, neste ano de 2004, e outra vez houve matança. E de novo os fuzileiros, que sempre regressam, como a gripe. Entretanto, os especialistas internacionais são muito mais devastadores do que as tropas invasoras. País submisso às ordens do Banco Mundial e do Fundo Monetário, o Haiti havia obedecido suas instruções sem pestanejar. Eles o pagaram negando-lhe o pão e o sal.

Náufragos anônimos

Teve seus créditos congelados, apesar de ter desmantelado o Estado e liquidado todas as tarifas alfandegárias e subsídios que protegiam a produção nacional. Os camponeses plantadores de arroz, que eram a maioria, se converteram em mendigos ou emigrantes em balsas. Muitos foram e continuam indo parar nas profundezas do Mar do Caribe, mas esses náufragos não são cubanos e raras vezes aparecem nos jornais. Agora, o Haiti importa todo seu arroz dos Estados Unidos, onde os especialistas internacionais, que é um pessoal bastante distraído, se esquecem de proibir as tarifas alfandegárias e os subsídios que protegem a produção nacional. Na fronteira onde termina a República Dominicana e começa o Haiti, há um cartaz que adverte: o mau passo. Do outro lado está o inferno negro. Sangue e fome, miséria, pestes… Nesse inferno tão temido, todos são escultores. Os haitianos têm o costume de recolher latas e ferro velho e, com antiga maestria, recortando e martelando, suas mãos criam maravilhas que são oferecidas nos mercados populares.

O Haiti é um país jogado no lixo, por eterno castigo à sua dignidade. Ali jaz, como se fosse sucata. Espera as mãos de sua gente.

“É preciso descolonizar a globalização”


Em debate realizado durante do Fórum Social Mundial Temático da Bahia, pesquisadores e ativistas do movimento social afirmaram a urgência de se descolonizar o pensamento e o conhecimento na África e América Latina. Para o africano Samba Buri MBoup, é preciso descolonizar a globalização, recuperando o patrimônio intelectual deixado pelos africanos e a contribuição do continente no desenvolvimento da história e da economia o mundo.

Um dos principais desafios para construção de um outro mundo possível, na busca pela igualdade entre os seres humanos, é fazer aquilo que está simbolizado na própria logomarca do Fórum Social Mundial: tratar os continentes de forma igualitária. E um dos primeiros e mais estratégicos passos neste sentido é o desafio da descolonização do pensamento e do conhecimento produzido e distribuído nas duas regiões mais pobres do planeta: a África e a América Latina. Este foi um dos temas debatidos em Salvador, durante do Fórum Social Mundial Temático da Bahia, onde professores, pesquisadores e militantes do movimento social chegaram à conclusão de que a própria globalização também precisa ser descolonizada.

“Descolonizar o pensamento é enfrentar os desafios colocados pelo eurocentrismo e pelo etnocentrismo como modos de pensar dominantes. No quadro histórico marcado pelo colonialismo europeu, quando essa visão, centrada na Europa, é utilizada como grade de leitura e interpretação da realidade de todo o mundo, constrói-se uma visão distorcida dos padrões e da natureza dos povos”, explica o senegalês Sampa Buri Mboup, professor da Universidade da África do Sul.

Essência do pensamento colonial, o eurocentrismo foi, durante séculos, a base do projeto predatório e opressivo aplicado pelas elites e povos do continente Europeu, garantindo a manutenção de seus interesses. No Brasil, o colonialismo e o pensamento produzido no período estão diretamente relacionados à construção da sociedade brasileira. Era preciso construir um discurso que justificasse a escravidão e a opressão contra os povos indígenas e negros.

“Os dominadores se utilizaram de um discurso religioso, que dizia que os negros precisavam ser purificados através do batismo. Todos os que aqui chegavam eram batizados e catequizados. O discurso ideológico, aliado à força, foi um instrumento usado para manter o poder e construir a estabilidade para a classe dominante”, conta Edson França, coordenador da Unegro.

Com a crise provocada pela Reforma e a ascensão do Iluminismo, foi preciso encontrar uma justificativa racional para a supremacia do eurocentrismo e a conseqüente manutenção da escravidão no Brasil. Chega então ao país o discurso chamado de racismo científico, cuja base é a classificação racial, onde o branco está no alto da pirâmide, do ponto vista da sua superioridade biológica, e o negro abaixo de qualquer etnia.

“Esse discurso permitiu animalizar e fazer dele o uso necessário dele. Durante todo o processo de dominação ele não foi contestado na academia e acabou assimilado pelo senso comum. Quando o papa disse que negro não tinha alma, ninguém se contrapôs. Era preciso não apenas justificar a escravidão para as classes dominantes, mas fazer com que o próprio dominado também absorvesse o discurso. A baixa auto-estima da população negra permitiu, então, a intensificação na fragmentação, em vez da unidade para fazer o combate ao pensamento e à estrutura social vigente”, explica Edson França.

Quando o racismo deixou de servir aos interesses do capitalismo moderno – e veio a idéia de que era preciso libertar os escravos para aumentar a massa de consumidores –, o discurso colonizado apostou na miscigenação como forma de “branquear o Brasil”. E até hoje os efeitos provocados pelo pensamento colonial são estruturantes para a desigualdade entre brancos e não brancos em nosso país.

Descolonizar a globalização
Para os movimentos que se organizam em torno do Fórum Social Mundial, há um número de desafios e apostas estratégicas que se colocam pela frente na construção deste outro mundo possível no que diz respeito à descolonização do pensamento. Para o professor Samba Buri MBoup, é preciso começar descolonizando a compreensão do próprio conceito de globalização, já que o mundo global também tem sustentado essa desigualdade. São tarefas que vão da desconstrução do mito da África como um continente sem história ao combate à idéia da marginalidade do continente no comércio e na economia.

“Apesar do discurso dominante, há muitas provas de que a África foi palco de uma história e ciência tão antigas quanto os primórdios do mundo e central em todos os momentos da economia mundial: na fase de acumulação primitiva, na colonização, na revolução industrial, na era pós-colonial e até hoje. A realidade é apresentada de cabeça pra baixo, para que olhemos para nós mesmos como se fôssemos menores, enquanto nosso continente é o berço da civilização humana. É preciso reavaliar o potencial da herança africana”, cobra MBoup.

No continente mais esquecido do planeta, a alternativa ao discurso colonial da África é chamada de Renascimento Africano, um projeto global de sociedade e civilização construído na resposta coletiva e organizada da África aos desafios da globalização. O projeto, já encampado por 20 países, propõe o domínio do conhecimento científico e da tecnologia; a autonomia e rejuvenescimento da consciência política africana – como resposta à crise de lideranças no continente –; e a conscientização baseada na unidade dos povos africanos.

“Há estudos que demonstram de forma clara e irrefutável a profunda unidade cultural dos povos africanos. Hoje interceptam o potencial de desenvolvimento africano, a serviço de uma causa que não é nossa, ao imporem uma situação de monolitismo e intolerância religiosa, quando a historia africana é de pluralismo. Esta é uma tarefa que também temos que ensinar nas escolas”, conclui Samba Buri MBoup.

por: Bia Barbosa

Jay-Z quer conhecer o grupo AfroReggae


O rapper Jay-Z vai acompanhar a esposa, a cantora Beyoncé, em sua primeira turnê pelo Brasil que começa no dia 4 de fevereiro, em Florianópolis. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S. Paulo”, Jay-Z pretende conhecer o grupo AfroReggae durante sua passagem pelo Rio de Janeiro.

Esta também será a primeira vez que o rapper virá ao Brasil. Além de Florianópolis e Rio de Janeiro, Beyoncé também fará shows em São Paulo e Salvador.

Na comitiva da cantora também estarão presentes seus pais. Pelo visto Beyoncé quer que toda sua família conheça nosso país.

MV BILL recebe homenagem em Juíz de Fora/MG

MV Bill recebe da Cidade de Juiz de Fora a medalha por seu trabalho na Cidade de Deus.O núcleo do áudio-visual inspira outros talentos em efeito multiplicador.

A troca de informações entre cidades é de extrema importância para a juventude de periferia.

Assista mais sobre a homenagem no video abaixo


Haiti - O pacto com Diabo

O terremoto que abalou o Haiti arrasou uma nação predominantemente africana nas Américas, a qual serve de exemplo para todos os africanos que foram colonizados ou escravizados, pela fragilidade econômica e tecnológica de seus países. Presidente do Haiti vê destruição similar a dias de guerra

“Autoridades do Haiti, a nação mais pobre do Ocidente, dizem acreditar que o número de mortos possa chegar a 200 mil mortos, enquanto três quartos da capital precisarão ser reconstruídos. Préval, de 66 anos, que como muitos compatriotas pareceu atordoado com a enormidade da catástrofe, afirmou que não dormiu por dois dias após o terremoto. Ele prefere não dizer quantas pessoas podem ter morrido na tragédia. Questionado sobre quais itens são prioridade - se comida, água, comunicações ou polícia nas ruas -, ele disse: "Todos, meu amigo. Todos.”

O histórico de resistência às civilizações cristãs é um marco na história da população preta mundial. O Haiti representa o não a escravidão e a exploração e, por isso juntamente com o Zimbábue na África são “maus exemplos” a dominação econômica, cultural e racial cristã e branca ocidental. Por isso estão no patamar dos países mais pobres do planeta.
A mídia eurocêntrica em um momento tão grave e de solidariedade ainda ataca o Haiti, tire suas próprias conclusões assistindo Arnaldo Jabor falando sobre a situação . Lamentável!!!



Em 1988, estive na cidade Colón no Panamá em um encontro de Teologia e conheci três pessoas bem interessantes, uma jovem preta dominicana e dois haitianos, sendo um deles, católico e outro praticante de religião de matriz africana. A dominicana falava bem o português porque tinha passado um período em São Paulo e tentava me convencer que eu não era negro, eu era diferente dos haitianos, eles eram negros e nós, a dominicana, os negros de outros países e eu não éramos negros. A discriminação dos dominicanos contra os haitianos é um fato ainda não digerido por mim, como o colonizador conseguiu nos dividir de uma forma tão violenta, africanos seqüestrados.
O haitiano católico também discriminava o outro haitiano por dizer ser o mesmo de origem bantu e afirmar que os negros que praticavam o “vodu bantu” eram os mais ignorantes de todo o Haiti. O que muitos chamam de vodu ou vodu haitiano é uma versão de cerca de tradições religiosas do que é agora o Benin, Togo, Nigéria e Congo. Há uma elite formada de pessoas mais claras, os mestiços e brancos, demonstrando um muro racial dentro da comunidade haitiana. Inclusive a declaração do cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, gerou protestos de diversas organizações.

Estes fatos nos trazem a reflexão do racismo e intolerância com o povo haitiano, vítima de um desastre natural ocorrido, o qual não sabe das conseqüências trágicas que ainda ocorrerão no nível de endemias, e outras mazelas.Além disso, líderes religiosos aproveitam o desastre para divulgar ideologias racistas contra o povo preto no planeta, como se eles não fossem descendentes diretos dos algozes da população haitiana e de toda população outrora escravizada, onde seus ancestres através da guerra fizeram prisioneiros, para serem vítimas da exploração econômica nas Américas e herdeira da pobreza, da intolerância e de todas outras formas de violência, até os dias atuais:


O evangélico americano Pat Robertson, que anima um programa de TV, lançou uma polêmica nos Estados Unidos ao explicar que o terremoto que arrasou Porto Príncipe seria a consequência de um "pacto com o Diabo" selado pelos haitianos há dois séculos para se livrar dos franceses. "Eles se reuniram e selaram um pacto com o Diabo. Disseram a ele: 'serviremos a você se nos livrar dos franceses'. A história é verdadeira. E o Diabo respondeu: 'está certo'", relatou Pat Robertson, 80 anos, que foi candidato às primárias republicanas para a eleição presidencial de 1988. "Desde então, eles são vítimas de uma série de maldições", afirmou o evangélico, comparando a situação no Haiti com a do país vizinho, a República Dominicana, relativamente próspera.”

De volta a correria...

Salve cmpanheir@s do Blog du Black...
Depois de longos dias distante dos post estamos voltado a todo vapor, para trazer o que há de melhor pra você que está sempre a procura de muitas informações.
Começamos esta nova década com a notícia que está abalando a MPB - música preta brasileira, RZO e WU-Tang Clan juntos criando o Wu Brasil a maior aposta do Rap mudial.

O Wu-Tang Clan agora tem representantes oficiais no Brasil. Sandrão, AC, Dj Cia e Helião agora formam o Wu-Brasil. Os artistas foram autorizados por RZA, fundador da Wu-Tang Clan, que é a maior posse de rap do mundo. O Portal Rap Nacional foi convocado há fazer parte desse projeto. Firmamos uma parceria com a Wu-Brasil para trazer sempre as novidades em primeira mão para o público do Rap Nacional. Helião garante que essa junção vai contribuir muito para o rap no Brasil. “Eles são os melhores do mundo. Temos que beber na fonte”, afirma o rapper.

No segundo semestre de 2010, será lançado o disco Wu Furmigueiro, The Brasilian Chapter. O capítulo brasileiro do Wu Tang Clan terá a participação de RZA, Method Man, UGod, Ghostface, Solomon Childs, Dom Pachino (Killarmy), Ramasses (Wu-Latino) e Shyheim. O álbum esta em fase de produção e terá de oito a dez faixas. Dj Cia, junto com os produtores da posse americana estão produzindo as bases. Helião quer que a letra, indiferente do idioma, tenha uma ligação entre si. “As letras vão ser traduzidas, para que na hora de escrever, possa seguir no mesmo racíocionio“, demostrando uma total preocupação com o conteúdo das músicas.


A idéia de criar esse braço do Wu-Tang Clan no Brasil foi de Sandrão, do RZO, junto com AC, que é brasileiro mas morou por oito anos em Nova Yorque. No periódo que morou fora do Brasil AC teve a oportunidade de trabalhar com Ramesses, do Wu-Latino, e se apresentar junto com o Wu-Tang Clan em 2006. AC falou sobre o projeto para Solomon, mais novos artistas da banca, que fez o contato direto com RZA e mostrou um vídeo dos brasileiros. A partir daí a parceria já estava firmada. Para AC essa parceria é a realização de um sonho. “Fazer parte do Wu-Tang Clan para mim é muito gratificante, é um sonho realizado. E, ainda ter o RZO junto é perfeito. Dez anos em Nova York e nada… E, de um dia para o outro tudo aconteceu. Na verdade, devo muito ao Cia, ao Sandrão e ao Helião.

O Wu-Brasil, é a primeira posse oficial do Wu-Tang Clan dedicada a um único pais. Atualmente, existe o Wu-Latino, que é formado por Porto Riquenhos e Cubanos, que vivem nos Estados Unidos e também a Wu-Europe, que envolve os países europeus.

Ao contrário do que muita gente pensa, que o rap dos Estados Unidos está totalmente corrompido, Helião declara que lá fora também existem aqueles que amam o rap e fazem a parada por amor, assim como os integrantes do RZO. “O barato é da rua. Quem é da rua se identifica. Sabe que é verdadeiro”. Já Sandrão acredita que trazer o Wu-Tang Clan para o Brasil é como um presente para muitos fãs do rap que há anos acomanham o trabalho dos caras. “O público do rap no Brasil vai ficar muito feliz, porque grande parte curte e acompanha o que o Wu-Tang Clan faz”. comenta Sandrão.

Uma nova fase para o rap nacional está sendo aberta com essa parceria. Helião, do RZO, acredita que todos tem a ganhar com a Wu Brasil. Um dos pontes fortes é a evolução em termos de produção. ” O rap brasileiro é muito rico de letra, mas ainda é pobre de produção”,comenta. Outro fator importante que Helião destaca é a promoção de grandes eventos de rap que esse projeto vai gerar. “No nosso país ainda é grande a carência de eventos de rap. É importante pros grupos vê os caras lá de fora se apresentar. Isso abre a mente, faz com que os caras pensem em fazer um show mais legal, um disco melhor”. A expectativa é que os integrantes do Wu Brasil também sejam convidados a participar de eventos, junto com Wu-Tang Clan, por todo o mundo, promovendo dessa forma o rap brasileiro em todos os cantos do planeta.

Na próxima semana serão lançados cinco My Spaces novos, do Dj Cia, Sandrão, AC, Helião e o do próprio Wu-Brasil, que será um hotsite. A criação dos websites foi feita pela empresa Wmty e tudo passou pela aprovação de Solomon e RZA. O Portal Rap Nacional, apresenta com exclusividade, como será a página de Sandrão e traz uma música para download. Essa música é de Ac e Sandrão, com participação de Shyheim e Wu-fera. No My Space do Wu-Brasil você pode ouvir um som de U-God com a produção de Dj Cia e na próxima semana será divulgado uma música de Sandrão e Dom Pachino (Killarmy).