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CONNEB - CONGRESSO NACIONAL DE NEGROS E NEGRAS DO BRASIL


O ano de 2009 se inicia com muitas tarefas a serem cumpridas, sejam individuais ou coletivamente. Um desses afazeres, para o Movimento Negro, é a Construção do Conneb - Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil - e, nessa tarefa tão árdua, estão diversas organizações negras espalhadas pelos quatro cantos desse imenso país chamado Brasil: Círculo Palmarino, MNU, Conen, Unegro, CEN, Fórum Nacional de Mulheres Negras, Cenarab, Intecab, agentes pastorais negros, CNAB, Anceabra, Amazônia Negra, Fórum Nacional da Juventude Negra, Ceap e tantas outras entidades regionais e locais.

O Conneb vem sendo preparado desde janeiro de 2007 e só será finalizado com o Congresso Nacional em Salvador (Bahia), em novembro de 2009, pois entendemos que a estrutura e o formato do Conneb devem ser debatidos e discutidos em cada segmento organizado da sociedade. Diante desta ampla participação democrática, entendemos que era necessário realizarmos assembléias nacionais para melhor aprofundamento daquilo que a gente entende que deve ser a democracia. Organizamos, então, plenárias locais, regionais e estaduais que culminaram com a primeira assembléia nacional em Belo Horizonte MG); a segunda, no Rio de Janeiro; a terceira, em São Paulo,Belém junto ao Fórum Social Mundial em (PA), entre os dias .

Como a nossa organização previa diversas assembléias nacionais, antes de fecharmos o Congresso em Salvador, no mês de novembro, realizaremos a última assembléia de preparação no mês de julho, em Porto Alegre (RS), daí sim o Conneb chega à sua primeira edição. Se enganam aqueles que pensam que o Conneb é o fim, pois é justamente ali que nascerá o verdadeiro papel dele, que é "Construir um projeto político do povo negro para o Brasil." Este, aliás, é mais do que um programa a ser defendido ou implementado por uma gestão, partido ou governo.

O projeto político de um povo ou nação são expectativas a respeito da organização democrática das suas instituições sociais, políticas, econômicas, do direito e da justiça. É um pacto legislativo, enfim, que seja garantia de liberdade, igualdade e fraternidade, de contemplação, inserção, participação e decisão de todos, consagrado neste novo pacto entre cidadãos igualados plenamente em direitos, deveres e oportunidades. Sem privilégios de uns e discriminação de outros.

É um novo pacto jurídico-político-econômico-social e cultural que deverá fazer toda nação brasileira contemplar e reconhecer, a partir de análises, teses e propostas - do ponto de vista das negras e negros, e das exigências que isso impõe a mais plena cidadania, liberdade e igualdade, de modo imperativo às instituições, corrigindo as disparidades e igualando em direito, deveres, oportunidades, poderes, reconhecimento e respeito às diferenças e cultura. Isso, com certeza, dará origem a uma sociedade-nação de cidadãos plenos e iguais, independentemente da origem racial e da cor, e à reconstrução de um estado amplamente democrático e justo, que seja o fiador e a garantia nesse pacto de: terra, trabalho, liberdade, igualdade, representação, saúde, educação, moradia, transporte, segurança, dignidade e solidariedade para todos.

"Estamos por nossa conta" - Stive Biko, estudante de medicina, líder negro Sul-africano, assassinado pelo regime Apatheid.