Documentário - Racismo: A História
Problemática em pesquisas no campo da Saúde Coletiva - parte 1
Por: José Evaristo Silvério Netto
(Publicado na mídia Afropress, sessão colunas - 16/08/09).
O constructo teórico de saúde diz respeito às regulações humanas nos aspectos biológico, psicológico e social, e suas subunidades, sendo uma matéria bastante complexa e de difícil investigação e compreensão. Em se tratando de estratégias intervencionistas para a promoção da saúde coletiva, principalmente em estratos sociais vulneráveis, o fator ‘Etnia/Cor Declarada’ precisa ser amplamente investigado em pesquisas de natureza descritiva epidemiológica, ou correlacional, ou outra de natureza analítica, para que seja posível investigar com profundidade a influência da condição ‘ser negro’ ou ‘ser não-negro’ na saúde negativa ou positiva das populações.
De acordo com a teoria Sócio Cognitiva de Albert Bandura, o ser humano se comporta norteado pela interrelação entre o comportamento, os fatores pessoais e o ambiente, todos agindo como determinantes que se influênciam bidirecionalmente.
Esta relação é denomidada segundo pesquisadores como reciprocidade triádica (1). Existe uma outra teoria, dentro desta supracitada, nomeada Teoria de Autodeterminação que diz que a motivação é o motor primário do comportamento humano, e é norteada por necessidades básicas inatas, que são: sentir-se competênte, sentir-se com agência pessoal, e sentir-se filiado a um grupo social de interesse (2). Estas necessidades são contempladas quando o contexto na qual o indivíduo se encontra é avaliado pelo mesmo como positivo, seguro, um ambiente na qual ele se sinta bem.
Porém, quando o indivíduo percebe o ambiente como adverso, e não mais tem contempladas as necessidades básicas inatas, acaba por desenvolver um comportamento ou conduta não autodeterminada, perdendo controle ou agência pessoal e se sentindo controlado por fatores sociais externos à suas vontades e prazeres.
Como será que estas necessidades básicas inatas do ser humano de agência pessoal, competência e relacionamento social, se desenvolvem no (a) negro (a) brasileiro (a)? Será que temos nossas necessidades básicas contempladas? Será que é possível contemplarmos plenamente nossas necesidades nesta dinâmica social estabelecida, onde o racismo permeia as relações humanas?
Em matéria de Saúde Coletiva, como é possível pensar em desenvolvimento da saúde positiva da população negra através de intervenções por meio de projetos de estado (ou de governo na pior das hipóteses) sem fazermos aproximações teóricas, e, principalmente, sem investigarmos os mecânismos psicológicos e sociais do racismo e outras intolerâncias correlatas, e o impacto desta nos vários aspectos do constructo complexo da Saúde?
É necessário construirmos esta maturidade científica.
Referências literárias:
1. Azzi, R. G.; Polydoro, S. A. J. Auto-eficácia em diferentes contextos. Campinas: Alínea. 2006.
2. Ryan, R. M.; Deci, E. L. Self-Determination Theory and the facilitation of intrinsic motivation, social development, and well-being. American Psychologist. 2000; 55(1): 68-78.
AFRICAFUNK - THE ORIGINAL SOUND OF 1970s
10. Weya - Manu Dibango
Juiz que escravizava é promovido por merecimento
Por causa do Flagrante o juiz sofreu uma sindicância do Tribunal de Justiça, foi denunciado ao Ministério Público e obrigado a indenizar as vítimas.
Apesar de tudo isso, Baldochi foi promovido por merecimento da comarca da cidade de Pastos Bons para a de Senador La Roque, ambas no Maranhão.
A Assessoria de Comunicação do MTE alega que o nome de Marcelo não pode constar na última lista por causa de uma determinação judicial. As apurações feitas durante a investigação do caso foram anuladas, porque o juiz não foi encontrado na época para depor sobre o assunto.
INCLUSÃO DIGITAL E O MAU USO DAS REDES SOCIAIS
“Inclusão Digital ou infoinclusão é a democratização do acesso às tecnologias da Informação, de forma a permitir a inserção de todos na sociedade da informação... Um incluído digitalmente não é aquele que apenas utiliza essa nova linguagem, que é o mundo digital, para trocar e-mails. Mas aquele que usufrui desse suporte para melhorar as suas condições de vida.”
Foi instituída no ano de 2005, a medida provisória que tinha como um dos principais objetivos diminuir o valor dos micro-computadores. E parece ter dado certo.
O que ainda parece não ter dado muito certo, foi a implementação da inclusão digital (termologia a qual não concordo).
E tudo começa (errado) logo na compra, onde mães acompanhadas de seus filhos adolescentes estão mais preocupadas em saber se o computador “roda” MSN e Orkut!
E é nessa febre dos sites de relacionamento e no mau uso da ferramenta – sim... Pois todo o potencial que elas poderiam oferecer está sendo desperdiçado – onde se destaca mais o despreparo do novo usuário “incluído digitalmente”.
Ok... Todo o entretenimento oferecido na rede é interessante. E muito importante, levando-se em conta toda cultura que pode ser adquirida através dele. Mas a pergunta é:
Como isso vai ajudar a melhorar as condições de vida desses novos usuários?
Em que momento este usuário terá um insight sobre uma nova profissão a seguir freqüentando o Orkut? (se você tiver uma me conte para que eu crie um perfil por lá)
Eu estaria mentindo ao dizer que o governo não vem fazendo sua parte. Mas também só posso falar de onde eu moro. Aqui em Uberaba (MG), por exemplo, existem algumas instituições que dão aulas gratuitas de informática .
E nelas há salas com computadores – localizados em pontos estratégicos da cidade – que oferecem internet de graça a população. Bastando somente o interesse das pessoas e alguns casos, um pouco de divulgação sobre o serviço.
Essa discussão ainda vai longe e no final vai ter sempre alguém discordando e dizendo que no Brasil existem outros assuntos mais importantes para se preocupar. Que inclusão digital não seria prioridade em um país com tantos problemas sociais como: desemprego, saúde, habitação, poluição e... Educação!
Educação. É... Essa discussão vai longe!
FOMENE REALIZARÁ VI FOPPIR - 2009
O Fórum pela Promoção da Igualdade Racial – FOPPIR é um movimento que congrega mais de vinte entidades que atuam na promoção da igualdade racial, além de envolver grupos de discussões em mais de cinqüenta municípios de Minas Gerais. fonte:site Fomene |