Neste ano de 2009, o VI FOPPIR (fórum pela promoção da igualdade racial) foi realizado em Ponte Nova no período de 30/10 (aniversário de Ponte Nova), 31/10 e 1º/11 e contou com a participação de mais de 200 pessoas vindas de diferentes regiões de Minas Gerais. O tema do evento foi o Estatuto da Igualdade Racial Aprovar para garantir os direitos.
Eu - Johnny Black, o único representante da região do Triângulo Mineiro e que participava deste Fórum pela primeira vez, logo que cheguei a cidade por volta das 9:30 da manhã de sexta-feira fui surpreendido por tamanha atenção e carinho dedicada a mim de todos os membros da coordenação do FOMENE (fórum mineiro de entidades negras) que ali estavam na porta daquela escola, Mariana da Silva Souza ou Mariana Ganga Zumba - Coordenadora da Juventude estava em extase por não acreditar que eu estava lá pra participar deste evento.
Mais tarde, Maria José e Ivanilda delegaram a tarefa para que junto com Hellen escrevessemos a carta que no dia seguinte seria entregue ao reitor da universidade de Viçosa, dizendo a importãncia deste VI FOPPIR e o posicionamento do movimento negro no que tangue a luta por mais igualdade racial e reparação material aos povos não brancos.
A noite chegou e logo foram chegando as últimas cidades participantes, ao fundo ouviasse o som regional do músico Farinhada que mais tarde daria lugar a um grupo de samba local que tocaram músicas de primeira qualidade até a hora de todos partirem para seus hotéis.
Na manhã seguinte nos dirigimos ao colégio Salesiano onde deram ínicio com uma mística maravilhosa apresentada pelos membros participantes da cidade de Governador Valadares, muito show a mística! Dava pra sentir a energia positiva pairando no ar e desejando a todos um otimo inicio de dia super cheio de atividades.
À tarde começaram as oficinas temáticas; eu é claro, participei da oficina da juventude negra coordenada por Juliano que foi muito boa para todos.
A noite foi ótima, estavámos todos em um espaço que me lembrou uma de minhas idas a Cidade de Deus no Rio de Janeiro - Mas lá estava na periferia de Ponte Nova, curtindo o super sonzaço da banda "Ganga Show", uma maravilha de som, minha camiseta ficou toda molhada de tanto pular, dançar e cantar muitos sucessos da nossa MPB - Música Preta Brasileira ladeado de belas negras, uma mais linda que outra, poucas vezes ví tanta gente bonita por metro quadrado!
Na manhã de domingo tivemos a presença do reitor da UFV no Salesiano proferindo a todos presentes quão grande é sua experincia para estar a frente da universidade e o que pode contribuir para diminuir esta lacuna existente na educação do povo afro-brasileiro, confesso a todos vocês que fiquei muito impressionado com os posicionamentos e conhecimentos do reitor em relação ás políticas públicas internacionais e nacionais, ele se demonstrou muito competente e "mente aberta" em relação a questões que muitos ainda preferem deixa-las em seus porões e senzalas, depois de sua esplanação houve um intenso e imenso debate mas confesso que ninguém o questionou sobre os programas de educação continuada dirigido às comunidades Quilombolas e me entristeci pois quando me levantei para fazer tal questionamento deram por encerrado as perguntas, mas tudo bem! Depois disto ainda me restou ficar um pouco feliz porque me lembrei que na carta entregue ao reitor continha a palta sobre os quilombolas.
Neste mesmo dia tivemos os grupos de trabalho dos mais diversos assuntos e gostos afros, desde culinária a comunicação e rádio coordenado por Eloá.
Meu cabelo estava black power e como tinha que viajar mais tarde deixei a missão de trançá-lo para Luciana de Governador Valadares, que o deixou muito bom. Próximo as 15:00 hrs de domingo eu e Juliano de Montes Claros nos despedimos de todos e saimos sentido a rodoviaria para dar ínicio a nossa partida para mais uma cidade deste Brasil maravilhoso.
Digo a todos vocês que, participar do VI FOPPIR foi uma experiência ímpar não só pelo motivo de conhecer novas pessoas ou estreitar vínculos de velhas amizades, mais pelo motivo de aprender, compartilhar, conhecer e compreender melhor a verdadeira história do povo negro brasileiro e o quanto posso contribuir para o nivelamento, empoderamento de conhecimento de jovens pretos como eu que estão espalhados pelas periferias não apenas de Minas Gerais mais do meu Brasil.
Afrobjos,Johnny Black